Veja a nota oficial do Psol sobre o aumento das passagens A população da região metropolitana do Recife amanheceu nesta segunda-feira pagando mais caro pelo transporte coletivo.

O anel A, mais utilizado, saltou de R$ 1,60 para R$ 1,75.

Os anéis B e D, também entre os mais utilizados, saltaram para R$ 2,60 e R$ 2,10, respectivamente.

O aumento, injustificável, é mais um ato de covardia do governo estadual e das prefeituras contra o povo e contra a economia popular, e mais uma demonstração de subserviência do Estado aos interesses desta verdadeira máfia que monopoliza os transportes coletivos organizados pela EMTU.

Trata-se de mais uma traição do governo Eduardo Campos, que prometeu muito em sua campanha, inclusive que as tarifas iriam baixar.

No entanto, o que se tem visto, em matéria de transporte coletivo, são ônibus a cada dia mais lotados, em virtude inclusive da assumida retirada de parte da frota das ruas, sempre pavimentando o caminho para a ampliação da margem de lucro dos empresários do setor.

O falso argumento de que o fim da CPMF é que justifica o aumento das tarifas é mais um elemento de falta de seriedade da EMTU.

Mesmo que fosse verdade, só demonstraria a resignação cúmplice e irresponsável do Governo do Estado e das prefeituras, que se calam diante de um governo federal que penaliza o bem estar dos cidadãos e a economia popular para não tocar nos lucros da agiotagem oficial, alcançados com imorais superávits primários.

O aumento também é covarde, pois a EMTU aproveita o período de férias escolares para atacar os direitos dos estudantes, um dos setores mais penalizados com este favorecimento aos empresários.

O PSOL está contra este aumento, e seus militantes que atuam no movimento estudantil estavam nas manifestações durante a reunião do Conselho Metropolitano de Transportes, somando-se às vozes que diziam não ao aumento.

Estaremos agora apoiando, nos solidarizando e nos somando às ações de cunho político e jurídico que visem desfazer este atentado absurdo contra os interesses populares.

O sistema de transporte coletivo organizado pela EMTU não pode continuar como se encontra: uma caixa-preta.

A sociedade precisa exigir uma auditoria independente neste sistema, abrindo com profundidade e transparência as planilhas de custos, de forma que se possa conhecer o quanto estão lucrando estes empresários e assim denunciar as imoralidades e ilegalidades certamente existentes.

O lucro dos transportes coletivos deve ser revertido para os usuários e para o conjunto da sociedade, criando mais e melhores condições para o acesso aos demais serviços, constrangendo pela positiva a utilização de veículos particulares, dando condições de acesso irrestrito à cultura e à educação, com a instituição do passe-livre para estudantes, por exemplo.

Uma outra medida necessária, como mínimo, é proibir que sujeitos financiados politicamente por empresários do setor de transportes assumam a direção da EMTU, como o atual presidente, Dílson Peixoto.

Os favores prestados pelos empresários de transporte ao atual presidente da EMTU, financiando suas campanhas políticas, mesmo que lícitos perante a legislação eleitoral vigente, são condenáveis quando contrastados com a relação minimamente sadia que se espera neste ambiente.

Recife, 14 de janeiro de 2008