FIZERAM MARQUETAGEM COM A FEBRE AMARELA Da coluna de Élio Gaspari Os çábios do Planalto estão perplexos com a quantidade de pessoas que buscam vacinas contra a febre amarela.
Entre elas, sem sucesso, na quarta-feira, esteve o senador José Sarney.
Valeria a pena que revisitassem a agenda de Nosso Guia.
Na manhã do dia 28 de dezembro, uma brigada de 40 mata-mosquitos fumegou a mata da Granja do Torto, protegendo-a dos insetos que transmitem a doença.
No dia seguinte o empresário Graco Carvalho Abuakir, de 38 anos, foi passear nas cachoeiras de Pirenópolis (GO).
Quando a máquina de propaganda do governo revelou que Nosso Guia convidou os mata-mosquitos para almoçar, o Ministério da Saúde já sabia que o aparecimento de macacos mortos em Goiás, levara 30 mil pessoas a procurara a vacina, em apenas uma semana de dezembro.
Sabia-se também que, por motivos técnicos estranhos à sua vontade, a fábrica de vacinas do Bio-Manguinhos estivera inativa de fevereiro a junho.
Havia estoque suficiente para a demanda de rotina, mas se ocorresse um surto de ansiedade, surgiriam as filas e as reclamações.
Em vez de trabalhar no mundo real, brincaram de fumegar o Torto.
Se é preciso proteger o presidente, o que deve fazer a patuléia, senão caçar vacinas?
Abubakir, que não era vacinado, morreu da doença no último dia 8.
Nosso Guia tem uma relação primitiva com a febre amarela.
Em 2003 ele revelou que “Oswaldo Cruz, no começo do século passado, criou a vacina contra e febre amarela para salvar a humanidade”.
Em 1937, quando Max Theiler conseguiu a vacina, Oswaldo Cruz já estava morto.
O que o cientista brasileiro fez foi fumegar as cidades para matar o mosquito.