Rio de Janeiro - O Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro (Detro) vai testar detectores de metais em dois ônibus, durante um mês, logo depois do carnaval.
Caso os aparelhos sejam aprovados, seu uso passará a ser obrigatório ainda no primeiro semestre deste ano.
Segundo o projeto apresentado, se uma pessoa entrar em um veículo com metal de volume acima do permitido, o que poderia sinalizar a posse de uma arma, aciona-se uma luz no ônibus alertando o condutor e os passageiros.
Ao mesmo tempo, um sinal via internet chega à empresa proprietária do ônibus.
A partir daí, a conversa no interior do carro passa a ser gravada e a companhia poderá cortar o combustível e a ignição do veículo.
Caso a polícia seja acionada, pode localizar o veículo por meio de um aparelho GPS.
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro, Antônio Tristão, a instalação do detector, além de não solucionar o problema da violência nos coletivos, colocaria em risco o motorista. “Acontece que o profissional que está no volante não é policial.
O que ele vai fazer?
Vai proibir a entrada das pessoas?
Não tem como, são coisas absurdas”.
Tanto o presidente do Detro, Rogério Onofre, quanto o diretor de comunicação da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), João Augusto Monteiro, não concordam com a opinião do dirigente sindical.
Para ele, o sistema protege os passageiros e os funcionários das companhias.
Outro ponto polêmico na implementação do projeto é o seu custo.
Para a Fetranspor, a favor da adoção do aparelho, não deve haver aumento de passagem, mas a instalação do detector deveria ser custeada pelo estado. “Se espera que isso não afete a tarifa.
Se espera que, se o custo for elevado, isso venha de alguma compensação com imposto ou desoneração tarifária.
Imaginamos que seja este o melhor caminho”.
Para o Detro, as empresas de ônibus é que devem custear a instalação dos detectores.
O presidente do órgão, Rogério Onofre, foi enfático. “Não há hipótese de repassar isso para a tarifa, não há hipótese de o estado arcar com qualquer valor sobre isso.
Vai recair única e exclusivamente nas empresas de ônibus”.
No ano passado, foram registrados 7.513 assaltos a coletivos, segundo o Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro.
Desse total, 429 ocorreram no mês de dezembro.