A Publikimagem Comunicação, empresa contratada para fazer a captação de patrocínios para o Carnaval de Olinda e depois afastada pela prefeitura quando surgiu o impasse entre AmBev e Grupo Schincariol, deve continuar lutando por seus direitos na Justiça. “Fomos bem claros com a prefeitura que iríamos recorrer para manter nosso direito”, disse na manhã desta sexta (11), Pablo Magalhães, um dos sócios da empresa. “Tivemos custos e realizamos um trabalho de sucesso”.

Ele acompanhou o novo leilão público realizado nesta sexta pela prefeitura, em que a AmBev saiu vencedora por ser a única participante da concorrência.

A oferta, R$ 1,626 milhão, foi superior em R$ 500 mil ao preço mínimo. “O valor foi balizado pela seleção que tínhamos feito no ano passado”, afirmou o também sócio da Publikimagem Bruno Herbert Lima. “Vamos descansar um pouco e deixar o jurídico trabalhar”.

O contrato que a empresa tinha com a Prefeitura de Olinda previa comissões que variavam entre 5% e 20% dos recursos captados.

Havia também uma cláusula exigindo captação mínima de R$ 800 mil.

Caso a Publikimagem não conseguisse reunir ao menos este montante, teria que repassar o valor à prefeitura.

LIVRO Os sócios da Publikimagem julgam que o resultado do novo leilão realizado pela Prefeitura foi uma vitória de sua empresa. “Nossa missão foi cumprida e o resultado é este.

O patrocínio subiu de R$ 740 mil (proposta original da AmBev, antes da briga jurídica com o Grupo Schincariol) para R$ 1,6 milhão”, afirmou Bruno Herbert Lima.

Segundo seu sócio, Pablo Magalhães, a empresa também conseguiu captar junto ao Bradesco, Fiori e Montilla outro R$ 1,1 milhão (um milhão e cem mil reais).

No Carnaval de 2007, ainda de acordo com ele, a prefeitura teria recebido cerca de R$ 400 mil reais, fora o patrocínio da cerveja. “Tudo o que conseguimos captar e também o que estava sendo negociado vamos repassar para a prefeitura”,contou Magalhães. “Fizemos um trabalho profissional e as cervejarias passaram a dar maior valor ao produto Carnaval de Olinda”, completou Bruno Herbert.

Ele estima que o faturamento de uma empresa de bebidas durante as prévias e a festa pode ficar entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões.

O valor aproximado baseia-se na quantidade de latinhas retiradas da cidade nos dias de folia.

A Publikimagem, que se define como uma empresa de empreendimentos culturais, está concluindo um outro projeto com a Prefeitura de Olinda.

Trata-se do livro “Olinda, 100 anos de frevo”, que tem também DVD gravado em um show, no Carnaval de 2007, com vários artistas.

O pacote será lançado na próxima quarta, dia 16, no mercado Eufrásio Barbosa.

ORIGENS Em outubro do ano passado, depois de realizar uma seleção pública, a prefeitura contratou a Publikimagem Comunicação para fazer a captação de patrocínios destinados ao Carnaval.

A empresa realizou, então, uma concorrência específica para definir a companhia de bebidas (cervejas e refrigerantes) que seria a patrocinadora oficial.

Venceu o Grupo Schincariol, que ofereceu uma cota de R$ 1,10 milhão.

Por sua vez, a AmBev se dizia detentora de direitos por ter um documento assinado, ainda em dezembro de 2006, pela prefeitura, concordando com as cotas oferecidas pela empresa para os carnavais de 2007 e 2008.

A proposta original da AmBev para o carnaval deste ano foi de R$ 740 mil.

Mas diante da vitória do Grupo Schincariol na seleção realizada pela Publikimagem, a companhia apresentou uma segunda proposta, no valor de R$ 1,12 milhão - o que não foi aceito pela empresa contratada para captar os patrocínios.

Com o impasse criado, a prefeitura decidiu encerrar o contrato com a Publikimagem, suspendendo a concorrência feita pela empresa e publicando no Diário Oficial do Estado um outro edital para a realização de um novo leilão.

A briga foi parar na Justiça com decisões que favoreciam ora a Publikimagem e o Grupo Schincariol, ora a AmBev, ora a Prefeitura de Olinda.

Na quinta (10), o desembargador Ricardo Paes Barreto, do Tribunal de Justiça do Estado, alterou o posicionamento que vinha adotando sobre a questão.

Ele indeferiu dois agravos de instrumento movidos pela Publikimagem e pelo Grupo Schincariol, que queriam ver reconhecido o resultado da primeira tomada de preços.

E manteve o direito da prefeitura de cancelar o contrato com a Publikimagem e de realizar uma nova licitação. “A rigor, licitação pública só pode ser realizada por um órgão público.

No momento em que surgiu mais de uma proposta para o patrocínio das cervejas, a Publikimagem deveria ter procurado a Prefeitura para que o município fizesse a concorrência”, avaliou o presidente da Comissão Especial de Licitação e chefe da procuradoria consultiva de Olinda, Ricardo Antônio de Barros Leite.

Em tempo: o custo total estimado do carnaval de Olinda é de cerca de R$ 4 milhões.

Nos posts mais abaixo, toda a cobertura sobre o leilão desta sexta.