Da Folha Online O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou nesta quinta-feira, durante entrevista a emissoras de rádio, que os cortes no Orçamento para compensar a arrecadação que será perdida com o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) vão doer. “Nos vamos ter que fazer um corte, passar um pente fino nas nossas despesas, ver tudo o que pode ser adiado ou suprimido, cortado, e nós não temos outra alternativa, isso vai ter que ser feito.

Portanto, eu diria assim, se você perguntar: vai doer?

Eu digo: vai doer.” O governo anunciou na semana passada um pacote para compensar a arrecadação que será perdida com o fim do chamado “imposto do cheque”.

Entre as medidas anunciadas está o aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operação Financeira) e da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) do setor financeiro, além da realização de um corte de R$ 20 bilhões nas despesas de custeio e investimento dos três Poderes.

Bernardo voltou a afirmar que os programas sociais não serão atingidos pelos cortes. “A gente vê as pessoas falando e percebe o seguinte: todo mundo acha que tem que cortar, mas ninguém quer que corte o seu.

Se nós formos seguir as coisas com esse tipo de princípio, é evidente que não vai cortar nada, portanto eu acho que nós temos que fazer isso, nós não vamos fazer um corte cego, sair cortando linearmente, até porque o governo tem que ter prioridades e tem prioridades.

Nós vamos proteger os programas sociais, o Ministério da Saúde.” O ministro reiterou que o interesse do governo também é preservar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “O que nós colocamos a respeito do PAC é que eventualmente alguma obra que não tenha condições de ser tocada por conta de problemas como licitação, problemas com o Tribunal de Contas ou outro tipo de embaraço, esses poderão, como acontece todo ano, ser deixados para trás, agora não é nossa intenção fazer corte no PAC.” OPOSIÇÃO Bernardo afirmou que o governo federal não tem um plano alternativo caso o STF (Supremo Tribunal Federal) suspenda os aumentos das alíquotas.

A oposição recorreu ao Supremo para tentar barrar o pacote tributário anunciado pelo Planalto. “Nós não temos não, até porque primeiro eu considero a ação do DEM e do PSDB absolutamente legítima, são partidos de oposição, eles não tem nenhuma obrigação de falar bem ou ajudar o governo e eles estão cumprindo o seu papel de oposição de questionar, de brigar.

Segundo, eu acho que o Supremo, pelo menos é minha opinião, não vai dar provimento a este questionamento, a essa ação.”