O chefe da polícia civil, Gilberto Ribeiro, afirmou, nesta quarta-feira, no Rio, que existe uma ligação entre o tráfico de drogas e a escola de samba Estação Primeira de Mangueira.

A menos de um mês do carnaval, um dos compositores do samba da escola verde-e-rosa para o carnaval 2008, é o traficante Francisco Paulo Testas Monteiro, o Tuchinha, que está foragido e, de acordo com a polícia, usava um camarote exclusivo dentro da quadra da escola para vender drogas. “É lamentável, mas a gente sabe também que hoje o poder do tráfico é muito grande, então é difícil impedir, de forma clara, a ação do tráfico nesse evento cultural - disse Ribeiro, que acrescentou: - Por isso, a gente vê o Tuchinha fazendo samba e a escola envolvida no casamento de um traficante.

São ligações ruins, e acho que não contribuem para fortalecer uma imagem positiva da escola de samba, mas é uma realidade.

Tuchinha foi procurado na terça-feira durante uma operação no morro feita por 280 policiais civis de várias delegacias especializadas .

Na ação, a polícia encontrou ainda uma passagem secreta dentro do camarote da bateria da escola.

A passagem serviria para a entrada e saída de traficantes, que usavam uma escada de madeira para ter acesso à laje de um barraco.

A escola, no entanto, afirmou que desconhecia a passagem, que há dois meses teria sido revelada à imprensa pelo ex-presidente da Bateria da Mangueira, Ivo Meirelles.

A Mangueira explicou ainda, segundo o RJTV 2ª edição, que, quando Tuchinha disputou o samba-enredo, ele estava em liberdade e que não tem conhecimento sobre sua vida pessoal.

No entanto, essa foi apenas uma das polêmicas envolvendo uma das escolas de samba mais tradicionais do Rio.

Houve ainda a denúncia de uma suposta interferência do tráfico de drogas dentro da escola.

Durante a operação, a polícia civil encontrou uma fortaleza construída por traficantes do Morro da Mangueira, que servia como proteção de bandidos durante tiroteios.

A polícia encontrou ainda cerca de uma tonelada de maconha e um local usado para queimar seus inimigos (conhecido como microondas), além de crânios e ossos.

A operação realizada na terça-feira tinha o objetivo de cumprir nove mandados de prisão, além de apreender drogas e armas.

Segundo a investigação, ele dava as ordens para Tuchinha, na Mangueira, de dentro do presídio.