O ministro das Relações Institucionais José Múcio (PTB) deve estar levando um carregamento extra de bolo-de-rolo em sua volta a Brasília.

Sim, porque ele mesmo reconheceu, em matéria publicada neste sábado (5) na Folha de S.

Paulo, que o pacote lançado pelo governo para compensar a perda da CPMF tensionou ainda mais as relações com o Congresso Nacional.

E como já está se tornando folclórico em Brasília o hábito do ministro de servir o bolo para acalmar os parlamentares que batem no seu gabinete querendo resolver rolos, a tradicional guloseima pernambucana deve mesmo reforçar seus argumentos.

Múcio retoma suas atividades em Brasília nesta segunda (7).

Agora, pior que correr atrás de mais um prejuízo nas relações com o Congresso é o fato, também reconhecido pelo ministro, de que ele não sabia que as medidas seriam anunciadas no primeiro dia útil do ano (quarta, 2).

Múcio recebeu um telefone do presidente Lula na quarta à noite, depois que o pacote já estava na rua.

Como de costume, ao voltar a Brasília, a missão do pernambucano será mapear demandas de parlamentares para reconstruir a relação com os aliados e a oposição após o desastrado processo de votação da CPMF.

As pendências envolvem a nomeação para cargos nos Estados e indicações para a administração federal. “As relações já não estavam boas e tensionaram ainda mais (após o pacote).

Não adianta esconder”, afirmou.

Segundo a Folha de S.

Paulo, apesar da avaliação, Múcio disse que o governo precisava decidir, ainda que “constrangido”. “Não existe bom momento para anúncio sobre imposto”, contou. “Ninguém aumenta imposto feliz”.