A manchete do Uol reafirma o que se disse aqui ontem.
Empresas não pagam impostos, elas apenas vingam-se, repassando para os preços e para os consumidores.
Veja um resumo: O aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para o setor financeiro deve provocar aumento de preços e retração do consumo. É o que dizem empresários e representantes de classe consultados pela Folha. “Não esperávamos essa vingança tão rápida”, diz Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq (associação dos fabricantes de brinquedos). “Seria melhor fazer a CPMF de novo.” A CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) foi extinta pelo Congresso no final de 2007.
Agora, com as novas medidas, o governo quer recuperar 25% dos cerca de R$ 40 bilhões que a arrecadação da CPMF gerava aos cofres públicos.
Com o aumento do IOF e da CSLL, os custos do setor produtivo, que freqüentemente recorre aos bancos para financiar a produção, serão mais altos. \Quem vai pagar essa conta é o consumidor, afirma Synésio Batista. \Não nos iludamos, os bancos não vão pagar pelo aumento da CSLL.\ Para Humberto Barbato, presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), a elevação do IOF não será problema. “É como se continuássemos pagando a CPMF, afirma. \O preocupante é a CSLL.” Para financiar suas vendas às redes atacadistas, os fabricantes, em geral, buscam financiamentos para facilitar o pagamento a seus clientes.
Agora, o custo da operação será maior e terá de ser repassado ao consumidor. \Nosso setor opera com margens de lucro muito pequenas, afirma Barbato. \Não dá para absorver essa alta.\ O presidente da Eletros (que reúne fabricantes de eletroeletrônicos), Lourival Kiçula, também acredita que os bancos repassarão o aumento da CSLL e isso terá impacto não apenas nos preços mas no consumo.