As agências de risco ficaram divididas com o pacotinho de Lula.
Eis um resumo, recebido pelo Blog de Jamildo: Pelo lado fiscal, o pacote foi positivo visto que ameniza o quadro potencial de desequilíbrio das contas públicas no curto e médio prazo, porém ficou aquém das expectativas visto que não atingiu de forma efetiva importantes despesas com gastos correntes como, por exemplo, redução do quadro de pessoal com cargos comissionados, medida essa que foi preservada, em grande parte, devido ao ano eleitoral, que é o período para se construir as bases políticas para a eleição presidencial de 2010.
Vale destacar que tal medida elevaria o nível de credibilidade do governo junto aos investidores (domésticos e estrangeiros).
Apesar de já aguardado o aumento de alíquotas do IOF e da CSLL, pois é o caminho mais curto para o governo resolver seu problema de “caixa”, também se esperava um impacto menor dos cortes sobre investimentos, visto que a maior parte dos custeios fica por conta da execução dos programas sociais como, por exemplo, bolsa família, e o governo reafirmou por diversas vezes que não vai mexer nos programas de transferência de renda.
Por outro lado, o efeito é negativo sobre a dinâmica do crédito, operações de investimentos financeiros e crescimento econômico.
No mercado de crédito, o governo crê que o vigoroso crescimento registrado nos últimos anos deve continuar em 2008 e, portanto, o volume não deverá ser afetado.
De fato esse é o cenário de maior probabilidade de ocorrer, porém em um cenário menos benigno que o observado em 2007.
Ademais, o governo reconhece que haverá repasse ao custo final para o consumidor, porém, destaca que o impacto do aumento da alíquota será suavizado pelo número de meses de financiamento, que está em torno de 12 meses.
Quanto às operações de investimento financeiro, os bancos de investimento certamente terão mais dificuldades em repassar o aumento da CSLL devido ao alto grau de competitividade.
Portanto, deverá absorver parte do aumento, bem como realizar um minucioso trabalho de planejamento tributário para tentar compensar o restante do impacto.