Por Allan Aguiar Arrisco-me a afirmar que existe um entendimento generalizado, latente na mente isenta dos analistas bem intencionados, que os incontáveis percalços de Gestão contabilizados ao longo do exercício que estamos encerrando afastou o destino turístico Pernambuco de performances que mereçam algum comentário especial, muito menos elogios autênticos e eloqüentes.

O balanço do ano termina com saldo de dois Secretários de Turismo e três Presidentes da EMPETUR, afora os incontáveis Diretores da Estatal.

Esses números encerram qualquer debate quanto a taxa de mortalidade de Gestores Públicos em uma Área indisposta com descontinuidades administrativas que impedem o cumprimento da agenda mercadológica e a emulação com o Trade Turístico emissivo.

O rodízio dos plantonistas contrasta com a imutabilidade do paciente representado pelo Dirigente das principais agremiações do Setor Privado Estadual, o qual, penso, enquadra-se dentre os analistas mencionados.

No final do primeiro semestre relacionei em artigo as medidas de reestruturação do Setor que apontavam para um futuro alvissareiro, tudo condicionado a muito trabalho, entusiasmo, foco, método, união e, principalmente, liderança e exemplo do comandante da Pasta.

As responsabilidades difusas, os comandos trocados, o isolamento e o aparelhamento enterraram as chances de avanços na competitividade do Destino e na sua credibilidade junto aos agentes econômicos nacionais e internacionais, sempre sensíveis quanto a consistência não apenas da agenda perseguida mas, sobretudo, da segurança dos interlocutores diretos.

A maturação de investimentos como do Grupo Qualta Resorts e da Reserva do Paiva se deve ao gerenciamento direto de outras Secretarias que não apenas monitoram os projetos, mas, céleres, os induzem.

No Turismo, enquanto o Setor Público almeja Lucro Social, o Setor Privado busca Lucro Econômico. È assim que funciona.

O Governador do Estado, zeloso com sua gestão e hábil tomador de decisão, deliberou por virar a página e caminhar para o futuro, que tem no amanhã uma data emblemática.

O exame das planilhas dos principais Tur Operadores brasileiros atribuem a manutenção do ritmo de comercialização de pacotes turísticos para Pernambuco a três destinos: Porto de Galinhas, Muro Alto e a paradisíaca Noronha.

Recife elegeu o terminal 2007 como Ano do Turismo e segue para o Réveillon contando a maior queda na venda de pacotes turísticos (algo perto de 25% de declínio ante 2006) dentre as Capitais Nordestinas, não obstante a onerosa campanha promocional intitulada “Recife é Aqui”.

O bem intencionado e bom Prefeito João Paulo não apenas priorizou o segmento como monetizou o maior Plano de Investimentos que tenho notícia de uma Capital Brasileira.

Paradoxalmente, auferiu o menor desempenho, com mais um ano de desaparecimentos de hotéis, tudo motivado por claro equívoco na hierarquia das prioridades definidas pelo Órgão Oficial do Turismo Municipal para o marketing da Cidade, o qual não consegue fixar o Mar, a Animação e a Segurança como elementos indispensáveis e adicionados a cultura, a gastronomia e ao acervo histórico arquitetônico inigualável que só Recife tem.

Outra deficiência que merece destaque é a ausência de verdadeira integração e alinhamento com ativos turísticos vizinhos como Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

Turismo é integração dos potenciais dos Destinos complementares, prática que remeteria toda a Região Metropolitana a balanço mais favorável no CAGED (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego) Ano novo, 2008, não vamos politizar o impolitizável.

Turismo não é da Esquerda, da Direita ou de qualquer corrente.

O cliente (turista) compra o produto (destino) se ele possuir boa relação custo x benefício, sendo o principal marketing o bom ou mal comentário formulado por quem comprou.

Isto é determinante para a geração futura de fluxos turísticos.

Para resultados diferentes, atitudes diferentes.

Na engrenagem do turismo excesso de graxa atrapalha.

Planejamento, objetividade, profissionalismo e parceria são as palavras que presidem uma boa Gestão. É o meu Parecer, s.m.j.

Allan Aguiar, Ex-Presidente da EMPETUR e da CTI-Nordeste