O ano que está acabando foi o que mais jornalistas foram assassinados em uma década.

Os dados são do Comitê para a Proteção dos Jornalistas e foram publicados pelo Observatório da Imprensa.

Em todo o mundo, 64 jornalistas morreram no cumprimento de seu trabalho ao longo do ano – oito a mais que em 2006.

O CPJ ainda investiga as mortes de outros 22 repórteres para determinar se estão relacionadas com seu trabalho jornalístico.

O CPJ registrou somente um ano com um número maior de vítimas fatais: 1994, quando 66 jornalistas morreram, muitos deles nos conflitos da Argélia, Bósnia e Ruanda.

O Iraque foi o país mais letal para a imprensa.

Foram 31 vítimas, muitas foram alvo de ataques e assassinatos, como o repórter do Washington Post Salih Saif Aldin, que morreu em Bagdá com um único tiro na cabeça.

Pistoleiros não identificados, ataques suicidas e operações dos militares norte-americanas constituíram uma série de riscos letais para os jornalistas iraquianos.

Todos, exceto um dos 31 jornalistas mortos, eram cidadãos iraquianos.

Quase todos trabalhavam para meios de comunicação locais.

Doze profissionais que trabalhavam para meios de comunicação, como seguranças ou motoristas, também morreram no Iraque.

Desde o início da guerra, em março de 2004, 124 jornalistas e 49 funcionários de meios de comunicação morreram, convertendo este conflito no mais letal para a imprensa na história recente.

A Somália foi o segundo país mais mortal para os meios de comunicação em 2007, com sete jornalistas mortos por seu trabalho.

Entre as sete mortes na Somália encontram-se os assassinatos em seqüência de dois conhecidos jornalistas.

Mahad Ahmed Elmi, diretor da rádio Capital Voice em Mogadíscio, morreu após receber quatro tiros na cabeça.

Horas depois, uma mina terrestre remotamente detonada tirou a vida de Ali Iman Sharmarke, um dos donos do HornAfrik Media, quando este saía do funeral de Elmi.

Por outro lado, na Colômbia, pela primeira vez em mais de 15 anos, nenhum jornalista morreu em decorrência de seu trabalho.

E não houve mortes de jornalistas vinculadas ao trabalho informativo nas Filipinas pela primeira vez desde 1999.

No Paquistão e no Sri Lanka, cinco jornalistas foram mortos.

Ataques suicidas provocaram três das cinco mortes no Paquistão, incluindo a de Muhammad Arif, da emissora de televisão ARY One Word TV, que estava entre as 139 pessoas que morreram quando bombas explodiram durante a celebração pelo retorno da ex-primeira Ministra Benazir Bhutto ao país (a própria Benazir morreria dois meses depois, assassinada).

No Sri Lanka, aviões de combate da força aérea bombardearam a estação de rádio Voice of Tigers, causando a morte de três funcionários.

Um assassinato foi registrado nos Estados Unidos, quando um homem armado mascarado atirou contra o editor do jornal Oakland Post, Chauncey Bailey, quando ele caminhava para o trabalho.

Milhões de pessoas em todo o mundo foram testemunhas do assassinato do fotógrafo japonês Kenji Nagai por tropas birmanesas durante a investida contra manifestantes antigovernamentais em Rangún.

Aparentemente, não foram realizadas ações para levar o assassino à justiça.

O CPJ foi fundado em 1981 e em seu site publica uma listagem preliminar dos jornalistas mortos por seu trabalho em 2007, com um relato sobre cada caso.

Além disso, há informes sobre cada um dos casos não confirmados que o CPJ continua investigando.

Uma lista final será divulgada em 2 de janeiro de 2008.