Por Inaldo Sampaio Da coluna Pinga-Fogo, do JC O prefeito do Recife, João Paulo, divide hoje com o ex-ministro Humberto Costa a liderança do PT em Pernambuco.
Entretanto, leva uma certa vantagem sobre o ex-ministro da saúde porque é visto como o “novo” pela maioria do partido.
Independente de fazer ou não o sucessor em 2008, poderá ser candidato ao Senado na chapa encabeçada por Eduardo Campos ou disputar o governo estadual em faixa própria se o PT não se aliar ao PSB.
O que o prefeito não pode fazer é perder o “timing” do jogo político, sob pena de inviabilizar-se em 2010.
Sua viagem a Moreno, na semana passada, e hoje de manhã, a Caruaru, para reunir-se com lideranças petistas, soa como resposta ao Palácio do Campo das Princesas pela suposta interferência deste no processo de eleição direta do partido, que elegeu para a presidência do diretório estadual um aliado de Humberto Costa: Jorge Perez.
Se essas viagens tivessem acontecido antes do PED, seriam encaradas com naturalidade.
Mas depois do resultado da eleição soam como extemporâneas e provocativas ao atual governo.
Por mais que o prefeito desminta, essas visitas têm caráter eleitoral, significando que o seu projeto de se candidatar a governador em 2010 está começando a ganhar as ruas.
Não fosse assim, o que é que ele iria fazer hoje em Caruaru?
João Paulo é muito sagaz e dono de uma intuição política superior à da média do seu partido.
Mas ao deflagar o jogo de 2010 antes de conhecido o resultado de 2008 pode estar cometendo um erro tático.
Isso que ele está fazendo hoje deveria ter feito em 2006.