A economia brasileira entra em 2008 com um risco maior de inflação.

Segundo o diretor de Política Econômica do Banco Central, Mário Mesquita, o balanço de riscos para inflação se deteriorou de setembro para dezembro.

Ao comentar os dados do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje pelo BC, o diretor destacou que as estimativas de inflação aumentaram para o próximo ano.

Segundo Mesquita, os dados referentes às estimativas de nível máximo de produção que uma economia poderia alcançar sem gerar pressões inflacionárias (calculado por estimativa do hiato do produto potencial) apontam um estreitamento da margem de ociosidade da economia brasileira.

O diretor disse que esse estreitamento traz riscos de elevação da inflação.

Segundo ele, em momento de estreitamento da margem de ociosidade, aumentam os riscos de que pressões localizadas se generalizem.

O diretor do BC avaliou, ainda, que a queda do desemprego poderá gerar pressões salariais mais acentuadas.

No cenário feito com base nas projeções de mercado para as taxas de juros e de câmbio, a expectativa de inflação para 2007 ficou igual à do Copom: 4,3%, 0,4 ponto percentual acima do projetado no Relatório de Inflação de setembro (3,9%).

Em 2008, a inflação projetada é de 4,3% ao final do ano e em 2009 de 4,7%, acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

EXPORTAÇÕES O Relatório Trimestral de Inflação, divulgado esta manhã pelo Banco Central (BC), alerta que há evidências de que as exportações líquidas brasileiras estão-se tornando menos efetivas como instrumento auxiliar na manutenção da estabilidade de preços da economia brasileira.

Segundo o documento, apesar da previsão de um saldo comercial menor na balança em 2008, o Comitê de Política Monetária (Copom) não vislumbra uma reversão abrupta.

O relatório expressa preocupação com o cenário externo.

Observa que o cenário projetado para a atividade econômica global sofreu deterioração e está agora cercado por maior incerteza “com viés básico negativo”.

Para o BC, uma desaceleração pronunciada na economia dos Estados Unidos, com potenciais desdobramentos sobre a atividade econômica na Europa e no Japão colocaria em teste a tese de que o robusto crescimento das principais economias emergentes, em especial na Ásia, teria adquirido dinâmica autônoma, ou seja, o crescimento dessas economias estaria menos dependente da demanda originada nas chamadas economias maduras e, em contrapartida, mais dependente da demanda gerada internamente ou em outras economias emergentes.

CRESCIMENTO A economia brasileira deve crescer 5,2% neste ano.

A projeção consta do Relatório Trimestral de Inflação divulgado hoje (26) pelo Banco Central e está 0,5 ponto percentual acima do projetado em setembro.

De acordo com o relatório, a melhora na perspectiva se deve ao"maior ritmo de crescimento verificado no terceiro trimestre".

Para o próximo ano a projeção é de crescimento de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no Brasil.

As projeções do Comite de Política Monetária (Copom) são feitas com base em um cenário de manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 11,25% ao ano. (Com Agência Estado e Agência Brasil)