Por Ayrton Maciel Da editoria de Política do JC O deputado federal e pré-candidato a prefeito do Recife, em 2008, Carlos Eduardo Cadoca (PSC), revelou, nessa quinta (27), que trabalha para atrair o apoio e construir uma coligação com o PR, presidido no Estado pelo também deputado federal Inocêncio Oliveira, que tem como pré-candidato o deputado estadual Alberto Feitosa.
Cadoca - que deixou o PMDB, em setembro, por não conseguir espaço para sua candidatura na legenda – disse que teve uma primeira conversa com Inocêncio e que pretende voltar a procurar o PR para discutir a aliança. “Trabalho para construir um palanque.
Hoje, temos PSC, PP e PTC, o que nós dá 3,5 minutos de TV”, detalhou.
A adesão do PR agregaria mais dois minutos.
Cadoca, que saiu do PMDB de relações cortadas com o senador Jarbas Vasconcelos, destacou que está na base do presidente Lula – desde quando o PMDB decidiu, em 2006, participar do governo – mas no Recife faz oposição administrativa à gestão, porém, numa linha que define de “oposição construtiva” e assegurou que fará uma campanha propositiva. “Quando o PMDB (local) me apontou a porta da rua (a legenda ficou para Raul Henry) vim para o PSC, que é da base de Lula.
No Recife, não farei campanha como aqueles que acham que tudo para trás é malfeito.
O Recife quer continuidade administrativa, há coisas boas (na gestão João Paulo) que vão continuar e o que não está bem ou que não deu certo, faremos funcionar”, propõe-se.
Com interpretação semelhante à do também pré-candidato Mendonça Filho (DEM), Cadoca – que esteve nessa quinta em visita ao JC – disse não acreditar na “tese do andor” – defendida pelo prefeito João Paulo (PT), que acredita que com o apoio de Lula (PT) e do governador Eduardo Campos (PSB) fará o seu sucessor –, teoria que considera “destruída” há muito tempo. “Não prosperou em Pernambuco.
Só teve sucesso em 1986, com Miguel Arraes, e em 2002 com Jarbas”, disse.
Em 86, Arraes vinculou a sua candidatura ao governo às de Mansueto de Lavor e Antônio Farias ao Senado, elegendo os dois e derrotando o ex-governador Roberto Magalhães (PFL).
Em 2002, candidato à reeleição, Jarbas fez o mesmo com Marco Maciel (DEM) e Sérgio Guerra (PSDB), e derrotou o favorito ao Senado Carlos Wilson (PPS). “Em 86, havia clima e circunstâncias diferentes.
Era a volta de Arraes, o inconsciente das pessoas funcionou e era a voz do líder; em 2002, a circunstância especial de um mandato bem avaliado fez a vinculação colar, além dos candidatos (Maciel e Guerra) também serem fortes.
Colocar, hoje, o andor e botar gente que não é milagreiro (como candidato), não dá certo”, avaliou.
Cadoca negou, porém, que se referia a João da Costa (Planejamento Participativo), o preferido de João Paulo.