O deputado federal e presidente estadual do PR, Inocêncio Oliveira, não mediu palavras para mostrar que a declamada condução do processo sucessório no Recife pelo prefeito João Paulo tem limites.
E investiu pesado contra a candidatura do secretário de Orçamento Participativo João da Costa, nome preferido do prefeito. “(João da Costa) Fez um serviço espetacular no Orçamento Participativo, mas não será o candidato ideal.
Se querem perder a eleição, percam só”, disparou, durante a festa de confraternização do PR, na sede do partido, no Bairro do Espinheiro, no Recife, nesta quarta (26).
Para ele, que é contra a candidatura única, a estratégia do prefeito seria “a maior loucura da história política do Recife”.
A única pessoa que pode fazê-lo mudar de opinião é o governador Eduardo Campos, a quem já está chamando de “líder maior”. “O PT agora é me cortejando.
Mando falar com Eduardo.
Depois a gente conversa”, disse, ironizando os movimentos de João Paulo para conquistá-lo.
O governador, aliás, passou pela festa. “Não tenho mais o que conversar com João Paulo.
Mas diria na cara dele: ‘essa tática sua não deu certo, estamos derrotados hoje’.
Temos que lançar vários candidatos.
Dois, três, quatro, cinco”, afirmou o deputado.
Para concluir, uma lapada final sobre João da Costa. “Não tenho nada de pessoal contra ele, mas não emplaca, não emplaca.
Parece que está de cinto (de segurança).
Está aí (como prefeiturável) há mais de um ano, mas fica nos 6%”, disse.
Essa foi a primeira confrontação direta e aberta ao candidato de João Paulo feita por um “aliado”, fora do PT.
Na última sexta, o Blog publicou declaração de uma “raposa felpuda” do PSB no mesmo sentido.
Mas o socialista preferiu o anonimato. “João da Costa tem que reagir (subir nas intenções de voto) até março do próximo ano.
A gente não vai se abraçar com um defunto.
Se depois deste prazo ele não reagir, até o prefeito vai ter que mudar de candidato”, disse. (Com a editoria de Política do JC)