O banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, foi indiciado por calúnia em inquérito da Polícia Federal no caso do dossiê que ele entregou à revista Veja no ano passado contendo informações sobre supostas contas que o presidente Lula, quatro ex-ministros, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) e o ex-diretor geral da PF teriam no exterior.
A informação é da revista Carta Capital.
O inquérito, sob responsabilidade do delegado Disney Rosseti, tomou como base a Lei de Imprensa e também indiciou Frank Holder, ex-agente da CIA ligado à empresa de “inteligência” Kroll, que é apontado como o autor do dossiê.
O delegado concluiu, no entanto, que não há nada contra a Veja, embora a revista tenha publicado as informações repassadas por Dantas, com grande estardalhaço, em maio de 2006.
Segundo a PF, o banqueiro teria sido motivado por dois fatores para montar o dossiê.
O primeiro, uma vingança contra o então diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
Os dois foram os responsáveis pela Operação Chacal que, realizada em agosto de 2004, resultou em uma devassa na contabilidade do Opportunity.
O segundo motivo teria sido simplemente uma chantagem contra autoridades do governo, à época já mergulhado na crise do mensalão.
Dantas estaria procurando ajuda para vencer a guerra que travava contra o Citibank, a Telecom Italia e os fundos de pensão pelo controle da Brasil Telecom.
O dossiê entregue à Veja discriminava os valores por cada um dos supostos titulares das contas: Lula (38,5 mil dólares); ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado do PT, José Dirceu (36,2 mil dóalres); ex-ministro da Fazenda e deputado do PT, Antônio Palocci (2,1 milhão de dólares); ex-secretário de Comunicação da Presidência, Luiz Gushiken (902,1 mil euros), ex-ministro da justiça Márcio Thomaz Bastos (1,4 milhão de dólares); ex-diretor da PF, Paulo Lacerda (1,1 milhão de euros); senador Romeu Tuma, do PTB-SP (1,1 milhão de euros).
Em caso de condenação, a pena prevista é de seis meses a três anos de prisão, além de multa.
Por envolver o presidente, a pena pode subir para cinco anos de cadeia.
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