Editado pela Timbro, o livro Frevo - 100 anos de Folia será lançado nesta quinta-feira, a partir das 18h30, na Livraria da Vila (Vila Madalena), em São Paulo, com apresentação da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério – um dos grupos da nova geração do frevo recifense, que apresentará um espetáculo especial, destacando os diferentes tipos de frevo: de rua, canção, de bloco, abafa, ventania etc.

Aqui, Frevo – 100 Anos de Folia estará disponível nas livrarias a partir do final de dezembro.

Com capa dura e edição bilíngüe (Português / Inglês), a publicação destaca a história do ritmo mais popular de Pernambuco – de 1907 até as comemorações do centenário, em 2007.

O grande destaque é a coletânea inédita de textos e 200 imagens, que inclui dezenas de fotos de Pierre Verger e Marcel Gautherot, além de obras de Portinari, Vicente do Rego Monteiro, Heitor dos Prazeres, Lula Cardoso Ayres, Augusto Rodrigues, J.

Borges e outros.

Juntamente com informações históricas sobre o frevo – surgido com as bandas militares do Recife – e de sua dança – originária da capoeira -, Frevo – 100 Anos de Folia traz o ritmo e o carnaval do Recife nas palavras de grandes escritores como: Clarice Lispector, Mário de Andrade, Gilberto Freyre, Antônio Maria, José Lins do Rego e Caetano Veloso – além de especialistas, como Valdemar de Oliveira, Leonardo Dantas Silva e Rita de Cássia Barbosa de Araújo. “O livro foi estruturado a partir das imagens dos ensaios fotográficos realizados por Pierre Verger (em 1947) e Marcel Gautherot (em 1957) no Carnaval do Recife.

Em conjunto com outras fotos, obras de arte e textos, a idéia é propiciar ao leitor um passeio pela história dos carnavais do passado e do presente”, indica Camilo Cassoli, coordenador editorial do livro.

Com co-autoria de Luiz Augusto Falcão (Lula Falcão) e Rodrigo Aguiar, Frevo - 100 anos de Folia foi elaborado com patrocínio da Petrobras e co-patrocínio da Prefeitura do Recife.

Em suas páginas há várias preciosidades como: foto de Carmen Miranda com um turbante de sombrinhas coloridas (inédita em publicações do gênero) e o manuscrito original da letra “Frevo de Orfeu” - feita por Tom Jobim e Vinicius de Moraes para o filme “Orfeu do Carnaval”, de Marcel Camus.

O projeto gráfico e a capa da obra são de João Baptista da Costa Aguiar, um dos mais importantes artistas gráficos do país.

A história mostrada pelo livro não está restrita a Pernambuco.

A publicação narra uma polêmica em torno da marchinha o “Teu cabelo não Nega”, adaptação de Lamartine Babo para um frevo (“Mulata”) dos irmãos pernambucanos Raul e João Valença.

Inicialmente a gravadora creditou apenas Babo como compositor da obra.

Por meio de processo judicial os irmãos Valença foram reconhecidos como co-autores.

Pela primeira vez em um livro, Frevo - 100 Anos de Folia reproduz os selos dos discos da RCA Victor em 1932, antes e depois da polêmica, garimpados no acervo de José Ramos Tinhorão (pertencente ao Instituto Moreira Salles). “O livro foi desenvolvido a partir de uma minuciosa pesquisa, com destaque para a parte iconográfica”, observa Luiz Augusto Falcão. “Encontramos diversos materiais raros em arquivos públicos e privados não só do Recife, como de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador”, destaca.

Na capital baiana, foram coletadas informações sobre a influência do frevo para as origens dos trios elétricos, a partir de um histórico desfile do bloco dos Vassourinhas pela cidade, retratada em uma imagem de 1951, reproduzida no livro.

No entanto, a obra não remete apenas ao passado. “Frevo…” também mostra a renovação do ritmo de Pernambuco e sua influência na música brasileira.

Nesse aspecto, é destacada uma nova geração de músicos que introduziram no ritmo inovações, fusões, batidas contemporâneas, efeitos de música eletrônica e remixagem nas gravações. É o caso da SpokFrevo Orquestra, do maestro Spok (Inaldo Cavalcanti), que incorporou elementos do jazz ao frevo-de-rua, abrindo espaço para improvisos de instrumentos que incluem guitarra e baixo.

Com isso, atua com grande sucesso em festivais de todo o mundo e conseguiu romper a barreira de orquestra que só se apresenta no carnaval.