Da Agência Estado O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou hoje que não irá paralisar as obras de transposição do rio São Francisco por conta da greve de fome do bispo Luiz Flavio Cappio. “Se o Estado ceder, o Estado acaba”, afirmou em conversa informal com jornalistas no Palácio do Planalto.

E completou: “A obra vai continuar.

Eu sei o que é greve de fome.

Dá uma fome danada”.

Lula disse ainda esperar “juízo” do bispo. “Aprendi com meus companheiros da igreja católica que só Deus pode dar e tirar a vida.

Espero que a igreja diga para ele o que disse para mim e que ele cumpra os preceitos cristãos.

Espero que ele tenha juízo.

A igreja não se envolve em questões técnicas.” O presidente aproveitou a conversa para justificar sua disposição de fazer a obra. “É o projeto mais humanitário do governo.

Quero acabar com a indústria da seca e do caminhão pipa.

Só quem carrega lata de água na cabeça e viu sua cabrinha morrer de sede sabe o problema da seca”, afirmou.

Disse ainda que ontem recebeu a informação de que um cidadão da Paraíba também tinha entrado em greve de fome a favor do projeto. “Daqui a pouco, eu vou dar uma entrevista e um jornalista vai resolver fazer greve de fome para eu não dar entrevista”, afirmou.

MEDO DE MORRER Bastante descontraído no café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a fazer uma confidência.

No dia em que o ministro da Justiça, Tarso Genro, desmaiou durante uma solenidade em La Paz, na Bolívia, Lula teve medo de morrer. “Eu dormi de luz acesa e porta aberta, com medo.

Alguém ia me ver.

Pela primeira vez, eu tive medo de morrer”, contou.

O presidente relatou que, quando viu Genro desmaiar, pensou que o ministro tinha morrido.

Genro sentiu-se mal por causa de problemas com a altitude.

No café da manhã de hoje, Lula estava bastante tranqüilo.

Serviu-se de duas rodelas de abacaxi e uma fatia de mamão.

Tirou fotos com os jornalistas.

No final da conversa, gravou uma mensagem de Natal e respondeu algumas perguntas.