Por Isaltino Nascimento Quando resolvi propor por meio de projeto de lei que o primeiro dos hospitais a ser construído pelo governador Eduardo Campos recebesse o nome do ex-governador Miguel Arraes de Alencar, não estava agindo como líder do Governo na Assembléia Legislativa.
Ali, concretizava justa homenagem a um homem que aprendi a olhar com admiração desde criança.
Quem vive no Alto José do Pinho, em Casa Amarela, comunidade onde nasci, sabe bem do que estou falando.
Os moradores da área, entre eles minha avó, sofreram muito antes de receberem a posse definitiva de seus imóveis.
Via ela e os demais moradores serem explorados pelos “donos do local”, que cobravam dinheiro, rotineiramente, de quem ali vivia.
Isso acabou quando o então governador Miguel Arraes atendeu à reivindicação da população, concedendo a posse definitiva dos terrenos do Alto José do Pinho a seus ocupantes.
Ao passo que crescia e passava a freqüentar outros espaços públicos - escola, universidade, militância sindical - minha admiração por Arraes ia aumentando, principalmente pela preocupação que ele tinha com os mais pobres.
E mais tarde percebi o quanto ele era importante não apenas para o Estado, mas também para a política deste País.
Faço este preâmbulo para falar da obra do Hospital Miguel Arraes de Alencar, iniciada ontem pelo governador Eduardo Campos em solenidade ocorrida na área onde a unidade será construída, no município de Paulista.
Cumprindo promessa de campanha, Eduardo Campos estará beneficiando, a partir do segundo semestre de 2008, quando o hospital começa a funcionar, mais de um milhão de pernambucanos que moram na Região Metropolitana e nas cidades da Mata Norte.
O investimento na unidade, que terá 12 mil metros quadrados de área, quatro pavimentos e 150 leitos, será de R$ 35 milhões.
Lá poderão ser realizados 62 mil exames e 24 mil internações por mês e oferecidos serviços de cardiologia, urgências e emergência, clínica médica, neurologia e traumato-ortopedia.
Além dos moradores de Paulista, serão beneficiados pernambucanos de Olinda, Abreu e Lima, Igarassu, Araçoiaba, Itapissuma, Itamaracá, Goiana, Condado, Itambé e Itaquitinga.
Nessas cidades, estão 13% da população total do Estado e 30% dos habitantes da RMR.
Por saber que esta obra atenderá a gente que não tem condições de pagar a serviços privados de saúde, fico particularmente orgulhoso de ter sido o autor da propositura de nomear a unidade de Hospital Miguel Arraes.
Especialmente, pelo início da sua construção coincidir com as comemorações do nascimento de Arraes, que se vivo estivesse teria completado 91 anos no último dia 15 de dezembro.
Arraes, ressalto mais uma vez, foi um marco na política do País, pela sua história, coerência e compromisso em melhorar a realidade da população pernambucana.
Amado por seus eleitores, respeitado pelos inimigos políticos, nos deixou muitos ensinamentos.
Portanto, me sinto orgulhoso de ter sido porta-voz do sentimento da maioria do povo pernambucano.
PS: Isaltino Nascimento (www.isaltinopt.com.br), deputado estadual pelo PT e líder do Governo na Assembléia Legislativa, escreve para o Blog todas às terças-feiras.