O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse hoje que o crescimento da economia elevará a arrecadação de impostos e ajudará o governo a compensar as perdas com extinção da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). “O Brasil é maior que a CPMF e tem capacidade de se adequar às novas circustâncias”, afirmou Monteiro Neto, durante a divulgação do documento Economia Brasileira Desempenho e Perspectivas.

Ele destacou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 5,3% neste ano e terá um incremento de 5% em 2008. “O país está crescendo em um ritmo que é o dobro da média da última década”, disse.

Isso, segundo ele, favorecerá a arrecadação de tributos.

Mas admitiu, que, a curto prazo, o fim da CPMF obrigará o governo a reprogramar despesas, contingenciar e rever gastos.

Monteiro Neto disse não acreditar em um eventual aumento de tributos para compensar as perdas de arrecadação com a CPMF. “Não acredito em aumento de alíquotas”, afirmou.

Para ele, a extinção da contribuição apenas adiou o anúncio de medidas da política industrial que deseonerariam a produção. “Há outras dimensões da política industrial”, lembrou, acrescentando que só uma reforma tributária voltada para a competitividade promoverá os investimentos, a produção e o crescimento econômico.

No encontro com os jornalistas, Monteiro Neto lembrou que o crescimento da economia em 2007 ocorreu dentro de um quadro de estabilidade de preços, que deve se manter em 2008. “Não há sinais de pressão inflacionária que ameace o crescimento.” A CNI prevê que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará 2007 em 4,2% e alcançará 4,1% em 2008.