O deputado federal Raul Jungmann (PPS), que acompanhou o depoimento dos músicos cubanos nesta segunda (17), na Polícia Federal, como membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, disse temer pressões do governo brasileiro sobre o caso devido à relação de proximidade entre os presidentes Lula e Fidel Castro. “O governo diz que não, mas acho que pressões vão acontecer.
Agora, está em jogo a soberania brasileira e a tradição humanitária e de generosidade do País”, afirmou. “Muitos brasileiros que hoje estão inclusive no governo têm de agradecer à generosidade de outros países que os acolheram em momentos difíceis”.
Jungmann lembrou que o indeferimento, no final de semana, do pedido de habeas corpus preventivo que ele apresentou à Justiça Federal elevou a tensão entre os músicos.
Um deles, Arodis Pompa, 36 anos, hipertenso, passou mal e teve que ser visto por um médico.
Foi então que, em conversa com o ministro da Justiça, Tarso Genro, o deputado obteve a garantia de que os cubanos não seriam presos se se apresentassem à Polícia Federal nesta segunda. “Aprendemos uma lição com o episódio dos pugilistas (Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara) que desertaram em julho, durante o Pan do Rio”, disse Jungmann. “Quando pensamos em atuar, eles já estavam deportados”.
O depoimento dos músicos cubanos nesta segunda foi acompanhado também pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Pernambuco (OAB-PE), Jayme Asfora.