Brasília - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) aderiu ao pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de apoiar a greve de fome do bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, que começou no dia 27 de novembro, como forma de protesto contra a transposição do Rio São Francisco.

De acordo com a assessoria de imprensa do MST, o movimento apóia o jejum e vai mobilizar seus integrantes a participarem, na segunda-feira (17), do Dia Nacional de Vigília e Jejum Solidário, data definida pela CNBB.

No Distrito Federal, 15 integrantes da Via Campesina estão sem comer desde ontem (13) para pedir o fim das obras de transposição do Rio São Francisco.

Em nota divulgada no último dia 12, o Conselho Episcopal de Pastoral da CNBB convida “as comunidades cristãs e as pessoas de boa vontade” a se unirem ao jejum. “A CNBB tem afirmado, junto ao governo e à sociedade, a necessidade de dar continuidade a um amplo diálogo sobre o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco.

Tem sinalizado também a importância da revitalização do Rio e a garantia de toda população ao acesso à água de boa qualidade como um direito humano e um bem público”, diz o documento.

Segundo a nota da CNBB, um governo democrático “tem a responsabilidade de interpretar as aspirações da sociedade civil, em vista do bem comum, de oferecer aos cidadãos a possibilidade efetiva de participar nas decisões, de acatar e de respeitar as determinações judiciais, em clima pacífico”.

Em 2005, dom Cappio fez sua primeira greve de fome contra a transposição.

Ele ficou 11 dias sem comer e só suspendeu o jejum quando o governo se comprometeu a promover uma discussão nacional sobre o projeto.