Não.

O mensalão não existiu, de acordo com o ex-deputado Pedro Corrêa.

Pelo menos não com o seu Partido Progressista.

O acordo entre as cúpulas das duas legendas, gestado a partir de janeiro de 2003 e acertado por volta de abril daquele ano, foi puramente político e programático. “O PT nos procurou porque passou a adotar as bandeiras históricas do PP, como as reformas trabalhista, previdenciária e tributária”, disse Corrêa em seu depoimento na tarde desta sexta (14), na Justiça Federal do Recife.

Ele lembrou que teve vários encontros políticos com o então ministro José Dirceu, e os dirigentes petistas José Genoíno, Sílvio Pereira e Marcelo Sereno.

Mas afirmou jamais ter discutido com eles questões financeiras.

Nestas reuniões, Corrêa teve a companhia do também deputado do PP Pedro Henry.

Quanto a Delúbio Soares, tesoureiro do PT, Corrêa contou que o encontrou por três vezes, sendo duas acidentais e uma numa festa, sem aprofundar qualquer conversa. “O PT incorporou nossas teses”, afirmou. “Nunca vendi um voto nem do PP”, completou.

Por via das dúvidas, o deputado lembrou que quem negocia as votações na Câmara é o líder da bancada e não o presidente do partido, papel que ele desempenhava. “Muitas das minhas sugestões foram derrubadas na bancada”, garantiu.

Pedro Corrêa explicou que dos 49 deputados que compunham o PP na Câmara Federal em 2003, época do acordo para que o partido passasse a integrar a base governista, vários votaram no presidente Lula.

Ele votou em José Serra (PSDB) nos dois turnos.

Em seu depoimento, o ex-deputado afirmou que, mesmo integrando a base governista, o PP continuou respeitando a posição de parlamentares que votavam contra o governo, segundo suas convicções políticas.

Por isso, o partido teria se caracterizado como um dos mais rebeldes da base.

PS: Atualizada às 21h45.

Leia nos posts mais abaixo o que publicamos nesta sexta (14) sobre o assunto.