O Congresso Nacional terá pouco tempo para analisar a proposta de reforma tributária que deve ser encaminhada pelo governo.

O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), avalia que, por causa das eleições municipais em outubro do ano que vem, a proposta do governo “só deverá avançar”, no máximo, até julho. “Vamos lutar para que ela seja votada no primeiro semestre.

No segundo, com clima de eleição, será impossível”, disse.

A reforma tributária será uma das prioridades da Casa depois que, na madrugada de ontem (13), o governo perdeu a votação que prorrogaria a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011.

A rejeição da proposta fez o governo federal perder os R$ 40 bilhões anuais arrecadados com o imposto.

Garibaldi destacou que a preocupação agora é com a inflação. “Os R$ 40 bilhões vão ficar nas mãos da população, mas não podemos nos esquecer de que ficará, também, nas mãos dos empresários.

Me preocupo com o aspecto inflacionário.

O Brasil não pode abrir mão de uma política antiinflacionária”, ressaltou.

Ontem, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou que o partido está aberto para negociar com o governo a redução da carga tributária, desonerações e mais recursos para a saúde, inclusive com a volta da CPMF.

Para isso, a arrecadação do imposto teria de ser integralmente aplicada na saúde e o tributo vigoraria somente até a aprovação da reforma tributária.

O presidente do Senado alertou que é preciso resolver esse “impasse sem que redunde em sacrifícios para a população e corte nos investimentos sociais”. “Esse acordo [de aprovar a CPMF] que não saiu, pode ser que agora saia.

Estou pronto para colaborar”, disse.