Acabou ainda há pouco o depoimento do ex-deputado Pedro Corrêa, na 13ª Vara da Justiça Federal, no Recife.
Ele responde por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro no processo que corre no Supremo Tribunal Federal contra 40 acusados no esquema do Mensalão.
No depoimento de hoje, Pedro Corrêa admitiu que o seu partido, o PP, usou R$ 700 mil do PT para pagar despesas do deputado Ronivon Santiago, referentes a 36 ações judiciais que havia contra o parlamentar no Tribunal Regional Eleitoral do Acre.
Segundo Corrêa, movidas pelo próprio PT do Acre.
Ele disse não saber informar por que o PT concordou com o pagamento dos honorários do advogado Paulo Goyaz, que defendia o deputado Ronivon Santiago.
Mas imagina que tenha sido em decorrência do Partido dos Trabalhadores ser o “causador dos problemas no Acre”.
Pedro Corrêa contou que em janeiro de 2003, quando ele ocupava a presidência nacional do PP, foi procurado pelo então presidente nacional do PT, José Genoíno, para que a sua legenda passasse a integrar a base governista.
No entanto, negou que o PP tenha participado do mensalão, caracterizado, para ele, como pagamentos mensais a parlamentares em troca de votos favoráveis ao governo Lula no Congresso. “Nunca ouvi falar sobre a existência desses repasses.
Nunca fui procurado por ninguém para tratar sobre esses assuntos”, disse no depoimento.
Corrêa afirmou, inclusive, que não conhece o lobista e dono de empresas de publicidade Marcos Valério, pivô do mensalão.
E nega ter recebido do empresário R$ 4,1 milhões, que teriam sido entregues por meio de duas corretoras de São Paulo, a Bônus Bonval e a Natimar. “Nunca tive nehum negócio com a Bônus Banval e Natimar, não conheço seus donos.
O PP nunca realizou negócios com essas duas empresas”, afirmou.
PRIMEIRO A DEPOR O ex-deputado deveria ter sido ouvido no dia 27 de novembro.
Mas a justiça não conseguiu notificá-lo.
Seu filho Fábio Corrêa, que o acompanhou no depoimento desta sexta, alegou na época que ele estava no Rio de Janeiro, submetendo-se a procedimentos médicos.
Pedro Corrêa foi o primeiro dos 40 acusados de participação no mensalão a prestar depoimento.
Ele foi ouvido pelo da 13a Vara da Justiça Federal em Pernambuco, César Arthur Cavalcanti de Carvalho.
Da sessão também participaram seu advogado, Marcelo Leal de Lima Oliveira, e os de outros cinco acusados, além de dois representantes do Ministério Público Federal.
Com informações do intrépido repórter Sílvio Burle.
Daqui a pouco, a reportagem completa.
PS: Post atualizado às 18h50.