O ex-deputado Pedro Corrêa (PP) disse em entrevista após seu depoimento na Justiça Federal, nesta sexta (14), que tem o maior interesse que o processo contra ele no STF seja concluído o mais rápído possível. “Entreguei meus sigilos bancário e fiscal e também da minha família”, afirmou.

Ele descatou que sua cassação na Câmara dos Deputados em março de 2006, por envolvimento no mensalão, foi meramente política. “Na justiça vou mostrar que não tive envolvimento com essa história”.

Como garante que nunca viu os R$ 4,1 mihões que o publicitário Marcos Valério, pivô do esquema, disse ter repassado ao PP, Pedro Corrêa espera que agora, no STF, apareça quem ficou com o dinheiro.

O deputado cassado admite que o PP recebeu “apenas” R$ 700 mil do PT para pagamento do advogado Paulo Goyaz, que defendia o deputado federal Ronivon Santiago (PP-AC) em 36 ações iniciadas no Tribunal Regional Eleitoral daquele Estado.

Corrêa contou que o pagamento foi feito em três parcelas: dois saques de R$ 300 mil, no Banco Rural de Brasília, e outros R$ 100 mil entregues em um hotel da capital.

As negociações para o repasse teriam sido conduzidas com o Partido dos Trabalhadores pelo também deputado do PP, José Janene, e o recolhimento do dinheiro ficou a cargo de um funcionário do parlamentar, João Cláudio Genu.

Embora afirme que não participou das tratativas em torno dos repasses - apenas de reuniões políticas com a cúpula do PT - Corrêa disse que tudo foi feito às claras, sem intenção de esconder o pagamento.

Ele explicou que os repasses foram em dinheiro vivo, sem transferências bancárias, porque as contas da direção nacional do PP estavam bloqueadas pela Justiça do Trabalho, especialmente devido a execuções de dívidas do diretório municipal de Araguari/ MG. “Soube da disponibilidade dos recursos através de José Janene, depois confirmada por Genu”, contou.

O ex-deputado fez questão de defender a inocência de Genu, que teria sido apenas a “mula” na operação.

DEFESA O advogado Marcelo Leal de Lima Oliveira não quis apresentar a defesa prévia de Pedro Corrêa na Justiça Federal do Recife. “Como sou de Brasília, prefiro fazer isso lá”, disse.

Oliveira tem cinco dias de prazo, que começam a contar na segunda (17).

Mas como a Justiça Federal entra em recesso de final de ano na quarta (19) e só deve voltar no dia 7 de janeiro, o prazo limite seria o dia 9, também uma quarta-feira.

Ele ainda tem a opção de apresentar a defesa diretamente ao STF que, além do recesso de fim de ano terá também o de janeiro, voltando apenas em fevereiro. “Mas para nós é melhor o prazo menor”, garantiu.

Veja nos posts mais abaixo, o que publicamos sobre o depoimento de Pedro Corrêa.