Da CNI O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse hoje que a decisão do Senado Federal de não prorrogar a CPMF até 2011 foi “um momento de afirmação do Congresso Nacional”, que tomou uma posição de independência, e “um sinal claro” da sociedade de que não se admite mais a elevação da carga tributária. “O Brasil tem todas as condições de ultrapassar as dificuldades que possam surgir num primeiro momento”, argumentou.
De acordo com o presidente da CNI, será preciso combinar medidas de racionalização de gastos para compensar a perda de arrecadação que o fim da contribuição provocará – segundo os cálculos do governo, em 2008 entrariam nos cofres públicos cerca de R$ 40 bilhões, recolhidos a cada movimentação financeira.
A perda de arrecadação pode trazer preocupações ao equilíbrio fiscal se não houver racionalização de custos, segundo Monteiro Neto. “Num segundo momento, como somos otimistas, o Brasil sai de uma economia de baixo crescimento para uma economia de crescimento médio, de 5%”, disse. “Acho que o próprio crescimento econômico vai propiciar um espaço, em termos fiscais e de arrecadação, para o governo se rearrumar após o corte da CPMF”, completou Armando Monteiro Neto.
Sobre o fim da CPMF a partir de 1º de janeiro de 2008 prejudicar a política industrial em gestação no governo, o presidente da CNI disse que é preciso ter muito cuidado com esse debate.
Segundo ele, a necessidade de desonerar alguns setores da indústria, particularmente os investimentos, é do país, não é algo que sirva apenas à indústria. “Portanto, embora reconhecendo que o espaço para que o governo faça essas desonerações no curto prazo ficou menor com a eliminação da CPMF, o governo não poderá deixar de assumir essa agenda da desoneração dos investimentos”, ressaltou. “Então tenho absoluta convicção de que vamos poder fazer isso, senão imediatamente, no médio prazo.
Tenho certeza de que o governo terá essa compreensão”, finalizou.