O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, defendeu que a política industrial em discussão no governo seja voltada para o maior número de setores produtivos possíveis. “A primeira fase da política industrial elegeu alguns setores e descuidou um pouco de uma visão mais horizontal.
Não cabe apenas eleger setores, embora o país possa definir alguns como estratégicos.
Mas o que precisamos, fundamentalmente, é ampliar o investimento na indústria em geral”, afirmou Monteiro Neto, no Fórum Nacional da Indústria da CNI, em São Paulo.
Para ele, o governo tem de promover uma desoneração dos investimentos produtivos. “O Brasil ainda é um país que tributa os investimentos, sobrecarregando o esforço do setor empresarial”, disse.
O presidente da CNI ressaltou ainda que a nova política industrial deve levar em conta o estímulo ao comércio exterior. “Temos de ter permanentemente a visão do comércio exterior, que é uma fronteira fundamental de crescimento”, salientou.
O presidente da CNI também comentou a questão energética no Brasil, explicando que a indústria está preocupada com o abastecimento de gás natural. “É uma questão que nos preocupa, porque deveríamos ter assegurado o fornecimento da indústria.
Deveríamos ao mesmo tempo prover a rede de segurança das térmicas.
Hoje quando você tem de atender as térmicas, você reduz o suprimento das indústrias”, disse.
Ele lembrou que, há dois meses, houve interrupção no fornecimento à indústrias para direcionar gás natural para usinas térmicas.
Monteiro Neto disse que a CNI defende uma lei específica para o gás natural e um processo de licenciamento ambiental mais rápido para estimular os investimentos em geração de energia.