O novo presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), prorrogou há pouco, por mais duas horas, a sessão em que está sendo analisada a Proposta de Emeda Constitucional (PEC 89/ 2007) que estende a cobrança da CPMF até 2011.

Há um grande número de senadores inscritos para falar antes da votação, cada um com direito a cinco minutos nunca cumpridos.

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) já falou.

Ele disse que o presidente Lula agrediu a oposição de todas as formas nos meses que antecederam a votação.

E que não é ruim votar contra a CPMF para que “um governo gastador procure gastar menos”.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou que toda a negociação conduzida pelo governo foi equivocada.

Ele lembrou que a última proposta apresentada nesta quarta-feira pelo presidente Lula (prorrogação da CPMF por mais um ano e envio de um projeto de reforma tributária em 2008) foi apresentada pelo próprio PSDB meses atrás e o governo afirmou, na ocasião, que não era factível.

Por isso, o senador estranhou que a proposta fosse recolada na mesa pelo governo, no último momento. “Não consigo negociar com quem me chantageia, com quem me ameaça”, disse. “Nem acho que o acordo era tecnicamente ruim.

Mas é a mesma [proposta] que fizemos ao ministro Mantega [da Fazenda] há dois meses e ele disse que não tinha tempo.

Agora, querem nos convencer às vésperas do Natal”.

Virgílio ironizou também o pronunciamento do senador Paulo Paim (PT-RS) que, aos gritos, defendeu a manutenção do imposto do cheque. “Se uma figura cavalheiresca como o senador Paulo Paim falou o que falou, imagina o que o governo vai dizer amanhã se a CPMF não passar”.

Já o senador Welington Salgado (PMDB-MG), o cabeludo integrante da tropa de choque de Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu o governo e afirmou que, até o placar de votação ser aberto, as negociações continuam. “O presidente Lula tentou de tudo para negociar.

E ainda está negociando porque eu estou ouvindo celulares tocando (no plenário)”.

Os pronunciamentos continuam.