Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (10), em seu programa de rádio Café com o Presidente, que está convencido de que os senadores vão aprovar a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). “É uma questão de responsabilidade e eu estou tranqüilo, estou convencido que, em todos os partidos políticos, a maioria dos senadores querem votar favorável à CPMF.
Obviamente que tem pressão de um ou de outro partido político, mas eu acho que o bom senso vai prevalecer”, afirmou Lula.
A votação da prorrogação do imposto no Senado está prevista para amanhã (11).
O presidente disse que não pensa na possibilidade de o país não ter mais a CPMF. “Estou convencido que o Senado está maduro, está preparado para fazer essa votação, sabendo que não é possível você fazer um corte orçamentário de R$ 40 bilhões.
E as pessoas sabem, perfeitamente bem, que isso não causa prejuízo ao presidente da República, ao governo.
O resultado disso é prejuízo à população brasileira, sobretudo à parte mais pobre da população”, ressaltou.
Lula afirmou que os senadores têm consciência da importância do imposto. “Acho que os senadores são responsáveis, têm preocupações com o Brasil e sabem qual é a finalidade e para que serve a CPMF”, disse. “Quando as pessoas forem votar, certamente os senadores não pensarão no presidente Lula ou no governo.
Pensarão na sociedade brasileira porque 50% do dinheiro da saúde que é repassado para os estados é da CPMF.
Isso é que me convence que os senadores irão aprovar a CPMF”, completou.
O presidente avaliou como “normal” a diferença entre os discursos dos governadores e de senadores da oposição. “Todos os quase 6 mil prefeitos do Brasil são beneficiários da CPMF.
Os 27 governadores dos estados são beneficiários da CPMF.
Todo mundo sabe que o dinheiro da CPMF volta para os estados em forma de benefício, ou seja aposentadoria dos trabalhadores rurais, ou seja saúde, ou seja o Bolsa Família.
Portanto essa discordância entre aquilo que é o discurso do prefeito e dos governadores e dos senadores certamente irá se arrumar na próxima terça-feira, quando eles tiverem que votar”.
Lula lembrou ainda que o governo se dispôs a conversar com os partidos políticos. “O governo já fez as negociações, é importante lembrar que o governo aceitou reduzir as alíquotas nos próximos anos. É importante lembrar que o governo aceitou reduzir no imposto de renda até R$ 2.800, para os trabalhadores que ganham até esse salário nós iremos reduzir a CPMF”, disse. “Acho que nós agora vamos entrar numa reta final.
Se alguém tiver proposta nova que as faça, o governo vai estudar cada uma dessas propostas.
O que é importante é que esse imposto tem que ser votado tal como ele foi aprovado na Câmara”, completou.
Na semana passada, o presidente Lula afirmou que se os senadores tiverem juízo irão aprovar a CPMF. “Se os senadores não tiverem juízo, votam contra.
Se tiverem juízo, eles aprovam e podem dizer para o povo que graças a eles a gente aprovou recursos para ajudar os pobres desse país.
Se fosse para ajudar rico, ninguém votava contra”, disse, na ocasião.
Os senadores da oposição criticaram as declarações.
Para o líder do Democratas no Senado, José Agripino Maia (RN), a declaração de Lula refletiria uma inquietação do presidente com uma possível derrota no Senado.