Jornal Brasil de Fato, em Sobradinho (BA) Mais de mil pessoas bloquearam na quinta-feira (5) uma ponte da BR 242, no município Ibotirama (BA), interrompendo por algumas horas a principal rodovia que liga Salvador e Brasília.

A ação aconteceu em protesto contra o projeto de transposição de águas do rio São Francisco e em solidariedade ao jejum do frei Luiz Cappio.

Além da paralisação, os manifestantes fizeram uma caminhada pelas ruas dos municípios.

Participam da manifestação os movimentos que fazem parte da Via Campesina, Movimento dos Trabalhadores Rurais Acampados, Assentados e Quilombolas da Bahia (CETA), Centro de Assessoria de Assuruá (CAA), quilombolas, geraizeiros, representantes da reserva extrativista Serra do Ramalho e pessoas ligadas à igreja.

Caminhada Já em Sobradinho (BA), a caminhada pela vida do povo e do Nordeste reuniu mais de quatro mil pessoas desde a Capela de São Francisco até as margens do rio São Francisco.

O ato aconteceu no final da tarde de terça-feira (04) em defesa do rio e em solidariedade ao bispo Luiz Flávio Cappio, que completa nesta quinta-feira (6) dez dias de jejum.

No grupo estavam trabalhadores ligados a organizações sociais, movimentos populares e caravanas dos municípios de Remanso, Sobradinho, Campo Alegre de Lurdes, Juazeiro, Barra, Ipupiara, Morpará, Casa Nova, Curaçá, Bonfim, Irecê e Sento Sé (BA), Petrolina (PE), além de pessoas dos estados do Mato Grosso, São Paulo e Ceará.

Durante o caminho foram feitas duas paradas.

A primeira aconteceu na entrada da avenida que dá acesso ao rio. “Nós estamos aqui em solidariedade para garantir a preservação da biodiversidade para garantir a vida das futuras gerações”, disse Derli Casali, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

A segunda parada aconteceu em frente a estação de transmissão de energia da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).

No final da caminhada houve uma celebração presidida por Dom Luiz, com a presença de mais de 20 padres.

Animado, ele cantou junto com a multidão e durante o sermão disse que “não podemos deixar que a força do capital roube esse direito de todo o povo brasileiro, não podemos permitir”.

Ainda aproveitou para chamar as pessoas para as mobilizações, disse que “chegou o momento de nós defendermos e lutarmos pela vida dele”.

Saúde Dom Luiz fez todo o percurso da caminhada dentro de um carro, em companhia do pároco local e mais duas pessoas.

Ao voltar à capela uma enfermeira aferiu a pressão dele que registrava em média onze por oito, considerado normal.

O batimento cardíaco estava equilibrado e ainda conversou em tom de brincadeira: “eu estou ótimo”.