O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) confirmou nesta quarta (5) que seu candidato à presidência do Senado Federal é Garibaldi Alves (PMDB-RN). “Entre os candidatos postos, ele é o melhor.
Garibaldi terá diálogo com o Governo para poder dirigir a Casa, respeitando, sem perseguir ou ser mesquinho com a oposição, mantendo uma postura de dignidade”, disse em entrevista a uma rádio de Brasília.
Jarbas complementou que o colega potiguar “não tem história de safadeza”.
Sobre uma eventual candidatura sua ao cargo, Jarbas descartou essa hipótese. “Não posso ser presidente do Senado mantendo as minhas posições críticas com relação ao Governo.
Poderia levar a instituição a um eventual estrangulamento”.
Com relação à segunda votação que inocentou o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Jarbas apontou como “uma clara manifestação do Senado de ficar no fundo do poço, ficar na contramão da opinião pública”.
O pernambucano afirmou que o plenário da Casa repetiu o mesmo procedimento da primeira sessão, de 12 de setembro passado, quando a maioria dos senadores seguiu o caminho oposto da votação no Conselho de Ética, inocentando Renan. “Isso só faz aumentar o clima de descrédito e de repúdio da opinião pública”.
Jarbas relacionou três razões principais para a maioria dos senadores salvar Renan Calheiros da perda do mandato: demora no andamento dos processos, vinculação do caso com a votação da CPMF e a renúncia à presidência da Casa, que ocorreu momentos antes do início da sessão que votaria o relatório de quebra do decoro parlamentar.
De acordo com o senador do PMDB de Pernambuco, a ala fisiológica do partido ameaçou derrubar a CPMF, caso Renan fosse cassado. “Fez parte de um acordão, no qual disseram: \ enuncia que a gente livra a tua cara”, disse.
CPMF Jarbas Vasconcelos voltou a se posicionar contra a prorrogação da CPMF até 2011, como quer o Governo Federal. “Essa questão não deve ser colocada como votar contra Lula, votar contra o PT.
Na verdade, é uma oportunidade para reduzir a carga tributária.
Se isso não for feito pelos senadores, será uma contramão maior ainda”.
O senador também comentou as declarações do colega Gerson Camata (PMDB-ES), que acusou o PMDB de estar “se prostituindo”.
Camata, inclusive estaria preparando uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na hipótese de decidir abandonar o partido.
Ele gostaria de ter a certeza de que não seria punido com a perda do mandato por causa da fidelidade partidária. “Camata tem razão, mas essa descaracterização não é de agora.
Ela tem é se aprofundado”.
Para Jarbas Vasconcelos, o PMDB é hoje “um satélite do Palácio do Planalto e do PT” e não tem autonomia. “É uma lorota acreditar que o PMDB será candidato à Presidência da República.
Ele (o partido) fará o que o PT determinar em 2010”, desabafou Vasconcelos, acrescentando que permanecerá no partido. “Para pelo menos lutar por uma postura mais digna”.