O presidente venezuelano Hugo Chávez deu nesta quarta (5) mais uma demonstração do imenso respeito que devota à democracia.

Depois de ter reconhecido a derrota no referendo do último domingo (2), quando recebeu um não a sua intenção de ampliar o próprio poder fazendo uma grande reforma constitucional, Chávez voltou à carga hoje.

E carga pesada.

Disse que sua derrota foi de coragem e que a vitória da oposição foi uma “victoria de mierda”.

Advertiu, ainda, que vai levar sua proposta novamente ao voto popular.

De onde se deduz que vai continuar tentando dar legitimidade a seu projeto pessoal de poder pelo tempo que for preciso.

Ele aproveitou um programa de televisão, na madrugada desta quarta, para dizer que até 2013, quando se encerra seu atual mandato, a Assembléia Nacional e “o povo” podem reapresentar uma proposta para reformar a Carta venezuelana.

A possibilidade de reeleições ilimitadas é o principal e mais polêmico ponto de sua pretendida reforma.

NÃO Numa votação extremamente disputada, a população venezuelana rejeitou a reforma Constitucional proposta pelo presidente Hugo Chávez no referendo realizado no domingo.

A votação foi dividida em duas partes.

No bloco A, 50,7% dos venezuelanos rejeitaram a proposta.

A diferença entre o “Sim” e o “Não” foi de apenas 124.962 votos - num universo de 9 milhões de votantes.

No bloco B, 51,05% dos eleitores derrubaram a proposta e a diferença entre o “Sim” e o “Não” também foi muito pequena: de apenas 187.196 votos.

Segundo dados oficiais, 9.002.439 venezuelanos votaram, num universo de cerca de 16 milhões que estavam aptos a ir às urnas.

Na prática, 4 em cada 10 eleitores se abstiveram.

Com a derrota, Chávez, que está no poder desde 1999, não poderá se candidatar novamente à Presidência na próxima eleição.

Mas ele tem a máquina do governo, o dinheiro do petróleo, o comando das Forças Armadas e bastante disposição para se perpetuar no Palácio Miraflores.

Em nome do “povo” venezuelano e da “revolução” Bolivariana, é claro. (Com informações do G1)