O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) acompanhou com um sorriso discreto as palavras que lhe foram dirigidas agora há pouco pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), peemedebista histórico e considerado uma das reservas morais do Congresso. “Se dependesse de mim, votaria pelo afastamento e não pela perda dos direitos políticos”, afirmou Simon. “Tenho carinho pelo senador Renan.
Tenho respeito pelo senador Renan”.
Mais: “Entendo o sofrimento que ele está passando”, disse, fazendo críticas às “maldades” cometidas “pela menina” (Mônica Veloso) e seu livro (O Poder que Seduz), lançado na semana passada. “O senador será absolvido.
Mas se não fosse, amanhã eu começaria a trabalhar para que ele não perdesse os direitos políticos porque é injusto”.
Simon concluiu seu discurso dizendo que o julgamento de Renan e a votação da prorrogação da CPMF estão sendo conduzidos de maneira irresponsável pelo governo Lula. “O julgamento do senador Renan teria que ser feito com toda a responsabilidade e não com o troca-troca (da CPMF)”, avaliou. “Sou advogado de defesa e já vi aparecer um fato novo que muda tudo na última hora”, completou.
O fato novo, em favor de Renan, pode ser seu próprio discurso.
Discurso que pode segurar o voto dos senadores que estavam pensando em virar a casaca contra Renan.
ACUSAÇÃO E DEFESA O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), relator do processo na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, acabou de discursar, sustentando a cassação de Renan.
Começa a falar o senador Jefferson Péres, relator no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa.
Renan fará sua defesa em seguida.
Depois, virá a votação.