Por Isaltino Nascimento Não há como ficar imune ao bombardeio das propagandas de Natal, que impõem o consumismo desenfreado à sociedade.
Poucos minutos à frente da TV são suficientes para sermos alvejados por um rol infindável de produtos e ofertas.
Em crianças e adolescentes, os efeitos são imediatos.
Mil pedidos são feitos e repetidos.
E os familiares são os que penam para tentar atender os desejos despertados ou que padecem por não ter como atendê-los.
Lamento constatar que hoje é pouco perceptível – pelo menos midiaticamente – que o Natal vai além do momento da troca de presentes.
Por isso a importância de lembrarmos (não apenas eu, mas quantos mais possam fazer isso) que a data significa muito mais. É um momento especial de nossas vidas, junto com a família, com os amigos e, principalmente, com Deus.
Falo disso ao refletir como deve ser conflitante e constrangedor para um pai desempregado ou sem muitos recursos não ter como comprar um brinquedo, uma roupa nova ou até mesmo um calçado para seus filhos.
Isso diante da “realidade” que lhe é imposta pelas propagandas que incentivam o consumo nesta época, transformando quase em senso comum a obrigação de comprar e vestir novo.
Diante deste apelo, muitos sacrificam a já combalida economia para tentar presentear familiares e amigos, gastando o pouco que tem ou se endividando por meses a fios comprando à prestação.
O mais triste é saber que há quem enverede pelo caminho da violência cedendo às tentações consumistas que lhes acercam. É certo que grande parte do consumismo é incentivado pela propaganda.
Mas vale lembrar que cabe a nós educar os nossos filhos e que somos exemplos para as crianças.
Deste modo, estamos permanentemente responsáveis por mostrar a importância de comemorar as festividades natalinas, diante de seu real significado.
Ou seja, que esta é a época de se reforçar a solidariedade, a fraternidade, o bem comum, o respeito entre os povos, além de ressaltar a importância do amor, da amizade e da confraternização entre amigos e familiares.
Desta forma, estaremos contribuindo na formação de cidadãos menos suscetíveis aos apelos comerciais, possuidores de valores reais e mais espiritualizados.
E vale uma lição para nós todos: o Natal é época de celebrar o nascimento de Cristo, mas também o surgimento de um homem novo dentro de cada um de nós.
De darmos maior importância ao nosso lar, ao nosso tempo, aos nossos familiares, às nossas amizades…
De aprendermos de fato o significado da partilha. É também o momento ideal para dizermos não à guerra, aos crimes, à violação aos direitos humanos, à opressão e a tudo que degrada e impede o florescimento da liberdade.
PS: Isaltino Nascimento (www.isaltinopt.com.br), deputado estadual pelo PT e líder do governo na Assembléia Legislativa, escreve para o Blog às terças-feiras.