Impossível não conectar instantaneamente a imagem e o nome de Nelson Motta à música e à modernidade.
Desde o final dos anos 50, ora como fã, ora como compositor, jornalista, produtor musical, dono de casas de show ou escritor, ele vem “procurando antenar boas vibrações, preocupando antenar boa diversão”, como diria Chico Sciense.
Seu Ipod é alimentado por duas assessoras que fazem uma pré-seleção do que ele ouve.
E daí, o que mais gosta (pode ser qualquer coisa, de música indiana a frevo, de rock a mpb) vai parar na no seu programa de rádio Sintonia Fina, que você pode acessar na internet, aqui.
Aliás, Nelson Motta costuma caminhar na praia na companhia de seu Ipod.
E se diverte com o magnetismo do aparelhinho sobre outras adeptas de caminhada e música digital. “Várias falam assim: \Ai, eu queria tanto saber o que tem no seu Ipod.’ É uma coisa meio pornográfica, né? ‘Eu te dou meu Ipod, você põe tudo o que tiver no seu’.
Praticamente explícito.
Para algumas, já fiz até a transfusão (risos).
Sabe que leva tempo.
Leva umas duas horas até passar tudo.
Tem que ficar fazendo alguma coisa… É nada, pô.
Fantasias…
Tem vários amigos que pediram isso: a Maitê Proença, a minha dentista, doutora Carla, meu amigo Leonardo Neto, meu amigo Dom Pepe (DJ).
Mas o meu Ipod é bom porque eu vou depurando sempre.
Eu ponho muita coisa que é provisória.
Eu tô ouvindo pra ver se ponho no rádio…É o que eu mais uso para trabalhar.” E tem muita gente que ainda te procura para passar material, composições? “Ah, sim.
Mas vai tudo pro meu programa de rádio, o Sintonia Fina, que lamentavelmente não passa em Recife.
Mas todo mundo pode ouvir.
Tem mais audiência on line que nas rádios.
Passa em várias rádios de Brasília a Porto Alegre, Salvador, São Paulo, Belém.
Tenho o maior interesse (de ter o programa em uma rádio FM do Recife). É um programa de uns cinco minutos. É uma música por dia, normalmente uma supernovidade.
Então, essas músicas todas que me mandam, o pessoal faz uma triagem, tem duas meninas que me ajudam.
Como o programa tá em meu nome, o que tocar ali eu sou responsável.
Não posso mais pagar mico a essa alturada vida”, brinca.
Daqui a pouco, outros trechos da entrevista exclusiva que Nelson Motta concedeu nessa segunda (3), a Jamildo e a mim.