O presidente interino do Senado, Tião Vianna (PT-AC), marcou para a próxima terça (11), reunião com os líderes dos partidos na Casa para determinar os trâmites da sucessão do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que renunciou definitivamente à presidência, há pouco, no plenário.

O senador Arthur Virgílio (PSBD-AM) sugeriu que a votação para a escolha do novo o presidente fosse marcada para a quarta (12), como manda o regimento do Senado.

Legalmente, a eleição deve ocorrer até cinco dias úteis depois da renúncia.

Como a decisão de Renan de se afastar só será publicada no Diário Oficial amanhã (quarta, 5), a quarta 12 é automaticamente definida como o dia limite para a votação. “Se o PMDB apresentar o nome do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) para sucessão, fecho com eles agora”, disse Arthur Virgílio na tribuna.

Os parlamentares continuam discutindo a matéria, antes mesmo de passar ao julgamento de Renan Calheiros por quebra de decoro parlamentar.

O alagoano, que estava licenciado da presidência do Senado desde 11 de outubro, vem enfrentando uma multiplicação de denúncias que coemçaram a vir à tona em maio.

Nesta terça (4) ele responde ao processo relatado pelo senador Jefferson Péres (PDT-AM) que apontou sete indícios de quebra de decoro no caso da suposta compra de um grupo de comunicação em Alagoas através de laranjas.

DENÚNCIAS A sessão teve início às 15h e foi dividida em três fases.

Na primeira, a de discussão, puderam discursar por até dez minutos senadores, líderes e o relator do processo aprovado no Conselho de Ética, senador Jefferson Péres (PDT-AM).

Na segunda, acusação (que foi feita pelo DEM e pelo PSDB, partidos autores da representação contra Renan) e defesa puderam falar por 20 minutos, prorrogáveis por mais dez.

A parte final da sessão terá a votação do processo.

Após este julgamento, Renan terá ainda que se defender de mais três denúncias.

Bruno de Miranda Lins, ex-marido de uma assessora parlamentar, acusa o empresário Luiz Carlos Garcia Coelho (seu ex-sogro) de operar um esquema de arrecadação para Renan em ministérios comandados pelo PMDB.

O banco BMG seria beneficiado com a concessão de crédito consignado.

Em troca, a instituição financeira teria pago propina.

Este processo tem como relator no Conselho de Ética o senador Almeida Lima (PMDB-SE).

O senador também é acusado de ter usado um assessor da presidência, Francisco Escórcio, para espionar a vida de dois senadores da oposição - Demóstenes Torres (DEM) e Marconi Perillo (PSDB) - ambos de Goiás.

O presidente do colegiado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), ainda não indicou relator para esta representação.

O PSOL protocolou ainda em 18 de outubro na Mesa do Senado a sexta representação contra o presidente licenciado da Casa.

Na denúncia, Renan é acusado de ter usado o cargo para praticar crimes de exploração de prestígio, tráfico de influência, intermediação de interesses privados, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilhase ao ter repassado R$ 280 mil a uma empresa fantasma de um ex-assessor.

O senador já foi julgado pelo plenário em 12 de setembro, e foi absolvido pelo placar de 40 votos a 35 (além de seis abstenções).

Na primeira denúncia, Renan foi acusado pela revista Veja de ter despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior.

O dinheiro bancaria pensão e aluguel da jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha.

No Congresso, Renan disse que o lobista era seu amigo, mas negou ter recebido recursos.

A denúncia em que Renan Calheiros é acusado de ter intercedido no INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e na Receita Federal em nome da Schincariol, que tem como relator o senador petista João Pedro, sofreu sobrestamento, e está paralisada no Senado Federal. (Com o Uol)