Neste trecho da entrevista ao Blog, Nelson Motta fala sobre a produção musical de Pernambuco.
Cita o Nação Zumbi e China.
Lembra a amizade com Alceu Valença e sua originalidade.
E faz elogios rasgados ao maestro Spock e sua Frevo Orquestra. “Acompanho Pernambuco há muito tempo.
Desde o tempo de Capiba.
Eu me lembro: o primeiro Festival (Internacional) da Canção que a gente ganhou, eu e Dory Caymmi (com a música Saveiros, interpretada por Nana Caymmi), em 66, o Capiba era concorrente no festival.” “Sou muito amigo de Alceu.
Sempre gostei daquelas misturas que Alceu faz, com Paulo Rafael.
Aquela pegada de rock pesado nordestino.
Fui amigo íntimo, unha e carne, de Edu Lobo no início das nossas carreiras – o Edu tinha origem pernambucana…Agora mesmo, toquei o disco do China no meu programa.
Botei uma música do disco novo da Nação (Zumbi)”.
Sabia que Alceu vai lançar um disco pra criança? “É mesmo?
Não sei se vou submeter minha neta a isso”, responde sorrindo. “Agora eu sou louco por Spok, cara. É uma das coisas que eu mais adoro.
Tenho disco dele.
Já toquiei em rádio.
Imagina tocar em rádio FM, no Rio, programa pop, mas toquei.
Várias vezes.
Spok é empolgante.
Spok é foda.
Não é uma banda de frevo. É uma big band de jazz que tocva frevo.
Tem bala pra tocar o que quiser.
Esses metais que tocam esses arranjos de frevo, cara, tiram de letra qualquer outra coisa.
Tudo é fácil.
Essa velocidade, os ataques (pá, pá, pá) é maravilhoso, cara”.
Tim Maia iria adorar, também, né? “Já pensou Spok com Tim Maia, pô.
Tim Maia e frevo.
Tem várias músicas (de Tim) que se prestariam muito bem às levadas de frevo.
As coisas dele mais disco, marcha, pra virar frevo é só acelerar um pouquinho e já foi.
Tim dava enorme valor a orquestras, metais.
Sempre teve uma banda enorme, fez arranjos espetaculares.
Tim era analfabeto musical, mas escrevia entre as aspas os arranjos da Vitória Régia.
Passava tudo de boca para os músicos.” PS: Daqui a pouco tem mais.
Nos posts anteriores, leia os trechos que já publicamos da entrevista com Nelson Motta, que está no Recife, onde nesta terça (4) lança o livro “Vale tudo: o som e a fúria de Tim Maia”.