Neste final de semana, no domingo, coincidentemente no mesmo dia em que a Venezuela de Hugo Chávez define sua nova carta, o PT estará realizando eleições para o comando do partido.

O ex-ministro Ricardo Berzoine, abatido com o caso do Dossiêgate contra os tucanos, é um dos favoritos.

São nove chapas, com sete candidatos, no que eles chamam de Processo de Eleições Diretas (PED).

Entre os sete candidatos à presidência do partido, José Carlos Miranda, o Miranda, é o que se pode classificar de um dos mais radicais. “Somos do Programa Operação Socialista, de esquerda marxista”, diz.

Miranda é ex-ferroviário e metalúrgico.

Hoje, trabalha na direção estadual do PT em São Paulo e na coordenação nacional do movimento negro socialista.

Veja os principais tópicos: Susto ao acordar com Lula Se alguém dormisse há alguns anos e acordasse hoje, com o Lula presidente, não ia acreditar no que está vendo.

Ao lado de Maluf, de Collor, de Severino?

Nós somos contra esse governo de coalização.

Foi um salto do primeiro para o segundo mandato, mas está na hora de avançar.

O atual PT não parece com o PT que a gente ajudou a construir. É um monstro, um verdadeiro Frankstein.

Base angustiada A base social do PT está angustiada. É uma contradição grande com a base social do PT.

Não se pode vender a alma ao diabo em nome da governabilidade Mudanças na economia Houve uma bolsa de crédito, mas a massa salarial caiu.

Mesmo com toda a situação boa, há um aumento de criminalidade.

Não podemos ficar pensando só na esquina.

Tem que pensar na estrada.

Qual a razão para não avançar mais?

Está preso ao governo de coalizão.

Os amigos de Lula.

Dá-se o anel e eles querem os dedos.

Dá-se o dedo, eles querem a mão.

Quanto mais der, mais eles querem.

Juros altos Enquanto isto, os bancos tem os maiores lucros do mundo no período.

A política que alegra os banqueiros.

A situação econômica é favorável, mas não vai durar para sempre.

Não se esqueçam que economia é a política concentrada, desde que haja vontade de fazer.

Caveirão voador Essa falta de aproximação com o povo explica a aceitação de cenas como aquelas do helicóptero matando gente no Rio de Janeiro.

Não estavam armados, eram suspeitos fugindo.

Ou coisas como disse Sérgio Cabral, para quem pobre não deve mais ter filhos.

Rompimento já Acaba o governo Lula não achando o caminho para o socialismo. É o fim, é o abismo social.

O principal, então, é romper a coalização com os partidos inimigos, como PTB, PMDB, PP e PR.

Chama os movimentos sociais para dar a tal governabilidade que eles tanto falam.

Chávez é modelo A Venezuela é a ponta mais avançada desta discussão.

Chama o povo, já que as instituições estão podres e carcomidas.

Tem que chamar o povo e dar a palavra.

Dissolve o Congresso.

Se o povo não confia nele, como vão resolver nada?

Tem que ter um congresso do povo, com mandatos revogáveis.

Ou faz alguma coisa ou sai da frente, este deve ser o lema.

Todas estas contradições vão levar o partido a um impasse.

Tem que decidir se quer mesmo ser um partido socialista de verdade que combata o capitalismo e defenda o socialismo.