Por João Valadares Da editoria de Cidades A partir do dia 10 de dezembro, o Presídio Aníbal Bruno, no Sancho, na Zona Oeste do Recife, vai ser interditado para o recebimento de novos detentos.
O juiz-titular da 1ª Vara de Execuções Penais, Adeildo Nunes, prometeu publicar, nesta data, uma portaria impedindo o encaminhamento de qualquer preso à unidade.
Por mês, deixarão de entrar na prisão cerca de 300 detentos.
Na semana passada, integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigam irregularidades nas prisões do País, sugeriram a implosão do Aníbal Bruno e classificaram a cadeia como a pior do País. “Ninguém mais vai entrar lá.
Quem diz para onde o preso vai é a Justiça.
Com a determinação, nenhum juiz vai poder mandar preso para o Aníbal Bruno. É uma interdição parcial.
Apenas vão sair os detentos que tiverem direito.
Eles vão saindo aos poucos até desativarmos por completo a unidade.” No mesmo dia, de acordo com informações repassadas pelo magistrado, será publicada a portaria que extingue a figura do chaveiro, preso que abre e fecha as celas de outros detentos, no sistema prisional de Pernambuco.
No dia 7 de dezembro, o juiz vai se reunir com o secretário-executivo de Ressocialização, Humberto Viana, superintendente de Segurança Penitenciária da Secretaria-Executiva de Ressocialização, Isaac Viana, comandante da Polícia Militar, Iturbson dos Santos, e o promotor Marcellus Ugiete. “No encontro, vou detalhar as portarias e publicá-las três dias depois”, assegurou o magistrado.
Questionado para onde os detentos serão encaminhados, já que das 17 unidades prisionais de Pernambuco, apenas a Penitenciária Barreto Campelo e o Hospital de Custódia para Tratamento Psiquiátrico, ambos em Itamaracá, não estão lotadas, Adeildo Nunes informou que o Estado terá que resolver o problema de administração do sistema carcerário.
O secretário-executivo de Ressocialização, Humberto Viana, afirmou que a determinação judicial apenas irá transferir o problema para outros locais. “A solução é a criação de novas vagas e estamos fazendo isso.
A medida de não mandar presos para o Aníbal Bruno é perfeita, mas as outras unidades também estão lotadas.
Quem diz para onde o preso vai é a Justiça e vamos receber todos os presos”, informou o secretário.
O Aníbal Bruno abriga a maior população carcerária da América Latina.
Tem capacidade para 1.448 detentos, no entanto, conta com 3.918.
Falta espaço para 2.470 presos.