Do Comunique-se Uma reportagem publicada pelo Estadão na sexta-feira (23/11) traz a estatística: dos 81 senadores, 23 - quase um terço do total – figuram como sócios ou proprietários de empresas de comunicação.
Destes 23 parlamentares, segundo a pesquisa do jornal no Sistema de Acompanhamento de Controle Societário (Siacco) do Ministério das Comunicações, pelo menos 17 têm parentes na sociedade e na direção de rádios e TVs - filhos, irmãos, mulheres ou ex-mulheres, etc.
A proximidade do julgamento do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), licenciado da presidência do Senado e com chance de cassação por usar laranjas na compra de duas rádios em Alagoas, coloca o debate, proposto pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP): “até que ponto Calheiros pode ser punido por algo que boa parte dos parlamentares também faz?” Conceder a parentes e agregados o comando das emissoras, tal como fez Renan, mesmo quando se trata de formalidade, é a maneira como os políticos evitam de se enquadrar no artigo 54 da Constituição e no 4º do Código de Ética do Senado, segundo o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de Mello.
No caso Renan, o presidente licenciado do Senado entregou o Sistema Costa Dourada de Radiodifusão Ltda. ao seu filho José Renan Vasconcelos Calheiros Filho.