Aos 78 anos, Saulo Ramos fala com a autoridade de quem defendeu políticos e intelectuais de esquerda nos processos abertos pela ditadura militar e foi advogado do Senado no processo que garantiu a cassação dos direitos políticos de Fernando Collor de Mello, que renunciara antes do impeachment na esperança de conservar a elegibilidade.

No livro, ele também desanca, além de Lula, outro pernambucano ilustre, Severino Cavalcanti. “O patético Severino Cavalcanti, um pernambucano apaidegado, nepotista assumido, eleito presidente da Câmara dos Deputados, virou pregador de perdão a políticos ladrões, entre os quais ele se encontra em pequenas quantias na medida de sua insignificância que contrasta com a enorme mediocridade.

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Que coisa mais indigesta!

Até que um dia Fernando Gabeira gritou: “Vossa excelência na presidência da Câmara dos Deputados é uma vergonha para o Brasil”, escreve, citando que Gabeira é um intelectual de grande valor, mas cometeu um erro imperdoável quando trocou José Dirceu por um embaixador norte-americano, durante um sequestro na ditadura.