O diretor do Instituto Neres Barbosa (IINB), Sílvio Barbosa de Miranda, acusou a Secretaria Especial de Juventude e Emprego (Seje) de ter contratado irregularmente o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Pernambuco (Idesp) para supervisionar e avaliar o Programa Juventude da Mata, do Governo do Estado.
Em entrevista ao Blog agora à noite, ele também contestou o resultado de uma sindicância realizada pela Seje, que não teria identificado irregularidades no Idesp. “Houve, sim, um equívoco na contratação.
E as pessoas que podiam contestar o processo foram afastadas da diretoria da Agência do Trabalho, que é a unidade técnica da Seje”, afirmou.
Miranda, que também é secretário-geral do diretório do PPS no Recife, refere-se a três diretores da Agência do Trabalho, exonerados na quinta-feira (23), justamente no mesmo dia em que o resultado da sindicância foi publicado no Diário Oficial do Estado.
São eles Sérgio Pinto (gerente-geral), Lytiene Rodrigues (gerente de qualificação profissional) e Emanuel Sampaio (gerente técnico). “Eles eram as travas que foram removidas.
Por que, não sei?”, bateu Sílvio Barbosa Miranda. “São pessoas sérias, top de linha na educação profissional do Estado, expostas por um bando de meninos que precisam, inclusive, de formação profissional”.
Segundo Miranda, se o Tribunal de Contas do Estado (TCE) analisar o processo de contratação do Idesp “vai constatar que está eivado de falhas”.
IRREGULARIDADES O diretor do IINB relacionou para o Blog as irregularidades que, segundo ele, atingem o Idesp.
Sílvio Barbosa de Miranda disse que o edital de seleção para a supervisão do Programa Juventude da Mata previa duas fases: habilitação técnica e negociação de metas.
A primeira fase foi conduzida justamente pela Agência do Trabalho, que submeteu os projetos e a documentação encaminhados pelas quatro entidades concorrentes à análise de técnicos de várias secretarias do Estado.
Miranda disse que o Idesp ficou em quarto e, portanto, último lugar nessa fase.
Sequer teria apresentado um atestado de capacidade técnica, que deve ser concedido por pessoa jurídica para a qual a entidade já tenha prestado serviços. “Como o Idesp é uma instituição cartorial e nunca prestou serviços nessa área (supervisão de treinamento profissional), seus diretores se auto-atestaram”, afirmou. À frente do Idesp estavam o Centro de Relações Públicas (CRPP), que ficou com o primeiro lugar na habilitação técnica, seguido pelo IPSA, da UFPE, e Fadurpe, da Universidade Rural. “A Agência do Trabalho enviou o resultado à Comissão de Licitação”, contou Miranda. “Mesmo assim, o Idesp foi contratado direto pela Seje, na frente das outras entidades e sem negociar meta.
Não sei por que”, denunciou.
JUSTIÇA Sílvio Barbosa de Miranda também está interpelando judicialmente os diretores do Idesp, Marcos Belo e Luciano Pontes, que o acusaram de falsificar assinaturas em documentos que apresentavam denúncias contra a entidade. “Eles serão notificados nos próximos dias para provar o que estão dizendo”, contou.
Belo e Pontes sustentam que o Idesp tem sido alvo de denúncias tramadas por Miranda.
E dizem que isso se deve ao fato de serem concorrentes. “Não tenho contratos nem concorri a qualquer licitação no Governo do Estado.
Além disso, não concorro com eles.
O Idesp diz que atua no apoio à gestão de cursos profissionalizantes e o IINB trabalha na qualificação profissional”, explicou.
Leia o que já publicamos sobre o assunto no post anterior e aqui.