Do G1 O governador da Paraíba (PSDB), Cássio Cunha Lima, fez nesta sexta-feira (23) uma dura crítica à postura da bancada do partido no Senado, que articula a derrubada da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. “Você tem os governadores defendendo a CPMF e a bancada do Senado faz ouvidos de mercador.
O partido precisa se reorganizar.
Não pode ser o PT de ontem para ser o PSDB de amanhã”, disse o governador da Paraíba.
De acordo com o governador, os investimentos em saúde nos estados também podem ser prejudicados caso a CPMF seja extinta, mesmo com o excesso de arrecadação acumulado pelo governo federal. “Não pode faltar coerência ao PSDB.
Se o Alckmin fosse eleito, essa discussão não teria existido”, ressaltou.
O próprio governador de Minas Gerais, Aécio Neves, também deixou a porta aberta, mais uma vez, para a negociação com o governo, caso uma nova proposta seja apresentada.
No entanto, foi menos incisivo que o colega paraibano. “Está nas mãos do governo.
Eu não vejo divisões no PSDB.
Temos que discutir a CPMF.
O governo deve apresentar uma proposta consistente.
Deve meter a mão no bolso”, disse Aécio.
Aécio Neves recomendou ao governo algumas propostas para retomar o diálogo com a oposição.
A ampliação da participação dos estados na CIDE [contribuição sobre a intervenção do domínio econômico], de desoneração de PIS/Confins para investimentos em saneamento e a ampliação dos recursos para a saúde.
Mas o governador mineiro disse que é pessimista sobre a possibilidade de o governo apresentar uma nova proposta. “Acho difícil que vá vir porque o tempo está passando e não veio nada”, destacou.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), no entanto, não deu importância para o discurso dos governadores.
De acordo com ele, o partido continua fechado contra a prorrogação da CPMF. “É muito simples.
Os governadores constróem viadutos, os senadores decidem como votam a CPMF.
Se formos cumprir todos os prazos, não se vota este ano” defendeu.