Do UOL News, em Brasília Reunidos no 3º Congresso e 9ª Convenção Nacional do PSDB, em Brasília, tucanos se esforçaram nesta quinta-feira para tentar descolar a expressão “mensalão” da denúncia apresentada pelo Ministério Público à Justiça sobre um suposto esquema de arrecadação ilegal de recursos para campanha eleitoral do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), em 1998.

Mesmo reconhecendo a gravidade da acusação, os caciques do partido se esforçaram para afastar a denominação dada pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) ao suposto esquema de pagamento de propina pelo governo Lula a parlamentares da base aliada.

O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), futuro presidente do PSDB, foi um dos que tentou explicar a diferença entre os dois casos - que teriam tido como operador a mesma pessoa: o publicitário Marcos Valério. “Que há irregularidades naquela questão de Minas Gerais, com certeza.

Isso é evidente.

Mas não há mensalão.

Mensalão é uma prática pela qual se comprava parlamentares no governo Lula para apoiar votações no Legislativo.

Não tem nada disso lá em Minas Gerais”, disse.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso adotou a mesma estratégia. “Mensalão é outra coisa.

Mensalão houve no tempo do presidente Lula.

Mensalão significa gente receber dinheiro para votar a favor do governo.

No caso de Minas é de dinheiro para campanha, que também não é certo.

Mas são duas coisas diferentes”, afirmou.

A denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, nesta quinta-feira, acusa 15 pessoas de envolvimento com o suposto esquema.

Entre eles, Azeredo e o agora ex-ministro das Relações Institucionais Walfrido dos Mares Guia.

Ele deixou o cargo no início da tarde sob a alegação de que precisa se defender das acusações.