Mesmo sem estar presente e antes mesmo de a Venezuela participar efetivamente do Mercosul, o presidente do país, Hugo Chávez, provocou polêmicas na 7ª Sessão Ordinária do Parlamento do bloco, que se reuniu nesta segunda-feira em Montevidéu.
As posições contra e a favor dos pleitos e ações de Chávez geraram as mais acaloradas discussões do dia - inclusive dividindo explicitamente a delegação brasileira.
Na véspera de a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara decidir sobre a adesão da Venezuela ao Mercosul, um tema controverso foi a aprovação de uma “delegação de respaldo”, em nome do Mercosul, para Chávez negociar junto às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a libertação de reféns em poder da guerrilha - inclusive parlamentares, dos quais não se tem comprovação de que estejam vivos.
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) pediu vistas ao pedido por não concordar que ele tivesse expressões de “culto à personalidade”, como a de que Chávez" conta com o beneplácito e o respaldo de numerosos governos, organismos internacionais e personalidades de todo o mundo, conscientes de sua liderança regional".
A fala da senadora causou várias reações de parlamentares, sobretudo de argentinos e de venezuelanos, que saíram em defesa de Chávez.
Por ora, a Venezuela tem dois representantes no Parlamento do Mercosul, que têm direito a voz, mas não a voto.
Ao mesmo tempo, partidários de Chávez distribuíam impressos com os artigos da Constituição da Venezuela recentemente modificados, e que dão a ele novos poderes, inclusive a de ser reeleito sem limites.
Depois de muita polêmica, coube ao deputado Dr.
Rosinha (PT-PR) fazer uma questão de ordem e propor um texto substitutivo para a retirada do parágrafo que citava Chávez. - O tema é importante para várias nações, o presidente Chávez foi chamado por uma senadora colombiana para tentar encontrar uma saída para o caso e não podemos deixar de apoiá-lo, mesmo que não seja explicitamente - disse o petista.
Houve uma batalha regimental, até que a delegação venezuelana acatou a proposta e permitiu a votação, que foi aprovada.