O secretário-executivo de Ressocialização, Humberto Viana, informou, neste domingo, que o governo vai publicar, no Diário Oficial, relação com 17 nomes de agentes penitenciários, policiais militares e técnicos suspeitos de envolvimento em corrupção no sistema prisional do Estado.

Segundo o secretário, serão instaurados inquéritos policiais para apurar possíveis desvios cometidos pelos agentes públicos no exercício da função.

Ele preferiu não relacionar a investigação à atual crise do sistema carcerário de Pernambuco.

Humberto Viana garantiu que, na lista, não há policiais civis. “Pegamos o sistema assim.

Esta é a lógica do sistema prisional.

A corrupção existe e o governo vai combater.” Viana informou que, contra estes 17 servidores públicos, existem dados comprovando a participação deles em esquemas ilícitos.

Sem detalhar as acusações, o secretário deixou a entender que parte destas pessoas teria recebido algum tipo de propina para atender interesses particulares. “O importante é que a Polícia Civil vai investigar e depois o Ministério Público e a Justiça vão se posicionar.

Quem não quer trabalhar certo ou quer trazer problemas para o sistema será afastado das funções.

Não vamos tolerar este tipo de comportamento”, assegurou.

Inicialmente, ele informou que a lista com os 17 nomes seria publicada na edição de terça-feira do Diário Oficial.

Depois, preferiu não confirmar a data. “A publicação no Diário Oficial é uma exigência legal para que os inquéritos sejam instaurados.

Já temos várias informações contra estas pessoas.” Questionado sobre a situação dos chaveiros, detentos que têm o poder de abrir e fechar as celas de outros presos, Humberto Viana disse que a situação não poderia ser resolvida a curto prazo. “Vamos resolver esta situação, mas, não podemos mudar de um dia para outro.

Se fizermos isto, estoura outra rebelião.

Aos poucos, vamos mudar esta realidade.” Viana informou que a prioridade é gerar vagas no sistema prisional. “Vamos construir presídios e desafogar, aos poucos, o Aníbal Bruno.

A idéia é deixar a prisão com sua capacidade ou, até mesmo, desativá-la.

Estamos discutindo qual a melhor saída.” Ele disse que, com a destruição completa de dois pavilhões, o presídio perdeu 600 vagas. “Estes presos foram distribuídos em outros pavilhões”, explicou.

Até agora, a Secretaria-Executiva de Ressocialização (Seres) transferiu 102 presos do Aníbal Bruno para outras unidades prisionais do Estado.

Ontem, Humberto Viana não descartou a possibilidade de outras transferências. “Fizemos um planejamento para transferir até 400 detentos.

Estamos avaliando se ainda há a necessidade de remover os presos para outras cadeias”, relatou.