A Justiça suspendeu nessa sexta (16), pela quarta vez, uma sessão extraordinária convocada pela Câmara Municipal de Aliança (Mata Norte) para eleger em pleito indireto o novo prefeito e vice da cidade, a 110 quilômetros do Recife.
Atendendo ao pedido de liminar do promotor Paulo Henrique Figueirêdo, o juiz de Buenos Aires, Álvaro Mariano da Penha, ordenou que a Casa não realizasse a eleição indireta – em que apenas os nove vereadores têm direito a voto.
Pela manhã, o presidente interino do Legislativo, Severino Silva (PSDB), que era candidato a vice, havia convocado o pleito para o início da noite.
A ação cautelar do promotor plantonista – titular da comarca de Nazaré da Mata – foi sustentada por dois pontos: a falta de um prazo mínimo para a convocação do pleito (menos de 12 horas) e a pendência no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ainda vai decidir se a eleição em Aliança será aberta para a população ou apenas restrita aos vereadores. “O Ministério Público já havia feito um pedido para que a Câmara não realizasse a escolha do prefeito até o TSE se pronunciar sobre o formato da eleição”, disse o promotor.
O magistrado que concedeu a liminar também estava em regime de plantão, com poder de abrangência do município de Camaragibe (Grande Recife) até Itambé (Mata Norte).
O único candidato inscrito era o ex-secretário de Cultura Cláudio Eduardo, aliado do ex-prefeito Carlos Freitas (PSDB), que renunciou ao cargo após ser cassado por compra de votos na eleição de 2004.
A base de apoio do tucano na Casa é formada por sete dos nove vereadores.
Apenas Hilton Lira (PSB) e Paulo da Água (PPS) são da oposição.
Assim que foi convocada a eleição, Paulo foi ao Ministério Público comunicar a intenção da Casa de eleger o novo prefeito.
O clima em Aliança ontem foi de agitação.
Parte da população ficou aglomerada, à noite, em frente à Câmara, para acompanhar o desfecho do caso.
Mais uma vez, PMs foram destacados para garantir a segurança.
O grupo do ex-prefeito ainda utilizou o serviço de duas empresas privadas.
Aliança ainda vive, também, a expectativa do julgamento do pedido de intervenção no município.
A corte especial do Tribunal de Justiça do Estado vai decidir se aprova ou não a nomeação de um interventor.