Disse que seu papel no Ipea não é organizar o consenso, mas garantir pluralidade, e que é um polemista.
A Folha de São Paulo publicou, ontem, que os pesquisadores Fabio Giambiagi, Otávio Tourinho, Gervásio Rezende e Regis Bonelli foram afastados em um expurgo de economistas divergentes.
Os dois primeiros são cedidos pelo BNDES e os outros dois são aposentados que atuavam como colaboradores.
Pochmann, que assumiu o cargo em agosto, sustenta que eles foram dispensados por questão administrativa.
Ele é professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), onde integra o Cesit (Centro de Economia Sindical e do Trabalho), e foi secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo na gestão da petista Marta Suplicy (2001-2004).
Pochmann- O Ipea tem 43 anos de existência, teve presidentes com visões distintas.
A direção deve zelar pelo cumprimento da missão do Ipea, que é pensar o médio e longo prazos.
Isso tem de ser feito com todas as correntes de pensamento.
Não estou preocupado se eles pensam A ou B.
O importante é que todos sejam concursados ou estejam amparados em instrumentos legais que garantam sua permanência.
FOLHA - O senhor nega que tenha havido expurgo.
Mas os identifica como divergentes de seu pensamento econômico?
O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcio Pochmann, negou ontem que quatro pesquisadores tenham sido afastados por não se alinharem ao pensamento econômico do governo. “Eu também tenho críticas à política econômica.
Tenho me manifestado contra a política de juros”, afirmou.