A resposta de Diogo Schelp foi publicada na quarta-feira (14/11) no blog de Reinaldo Azevedo, hospedado no site de Veja.

Caro Anderson, Eu fiquei me perguntando, depois de lhe enviar um e-mail pedindo (educadamente) uma entrevista, por que nunca recebi uma resposta sua.

Agora sei que a mensagem deve ter-se perdido devido a algum programa antispam ou por qualquer outra questão tecnológica.

Também não recebi sua “carta” – talvez pelo mesmo problema.

Tudo isso não tem a menor importância agora porque você resolveu o assunto valendo-se dos meios mais baixos – um e-mail circular.

O que lhe fez pensar que tinha o direito de tornar pública nossa correspondência, incluindo a mensagem em que eu (educadamente) pedia uma entrevista?

Isso, caro Anderson, é antiético.

Vindo de alguém que se diz um jornalista, é surpreendente.

Você pode não gostar da reportagem que escrevi; ela pode ser boa ou ruim, bem-escrita ou não, editorializada ou não – mas não foi feita com os métodos antiéticos que você usa.

Eu respeito a relação entre jornalistas e fontes.

Você não.

E mais: parece-me agora que você é daquele tipo de jornalista que tem medo de fazer uma ligação telefônica (assim são os maus jornalistas), já que tem meu cartão de visita e conhece meu número de telefone.

Se você tinha algo a dizer sobre a reportagem — e já que sua mensagem não estava chegando a seu destino — poderia ter me ligado.

Eu não sei que tipo de imagem de si mesmo você quer criar (ou proteger) negando os fatos que o seu próprio livro mostra, mas está claro agora que é a de alguém sem ética.

Você pode ficar certo de que não aparecerá mais nas páginas desta revista.

Sem mais, Diogo Schelp O post de Azevedo trouxe também as versões em inglês dos dois e-mails, e divergências sobre a tradução de alguns termos.

O blogueiro também chama Anderson de canalha por divulgar a solicitação de entrevista de Schelp e afirma que a reação do autor é motivada pelo fato dele não ter sido ouvido. “Anderson é um caso lamentável em que o caráter do biografado contamina o do biógrafo”, escreveu Azevedo.